São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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Brasil é o 3º em venda de televisores

Expectativa é de bater Japão

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil está perto de se tornar o segundo maior consumidor mundial de televisores até o final da década. A indústria eletroeletrônica espera um mercado de até 15 milhões de TVs no ano 2000. Uma avaliação menos otimista aposta em 12,5 milhões de unidades.
Os Estados Unidos lideram a venda do produto, com 25 milhões de unidades/ano. Em segundo lugar vem o Japão, com 10 milhões de TVs, seguido pelo Brasil, com 6,1 milhões de aparelhos. Os números são de 1995.
Se o ritmo de consumo se mantiver no país, fabricantes brasileiros esperam já neste ano comercializar de 8,5 milhões a 9 milhões de unidades -quase 40% mais do que no ano passado.
Dessa forma, o Brasil encosta no Japão, uma vez que tanto o mercado japonês quanto o norte-americano são considerados maduros. A venda de TV, portanto, não cresce mais do que 3% ao ano.
Para os fabricantes brasileiros, a partir do ano que vem e até o final do século este consumo deve crescer de 10% a 15% ao ano.
Pode aumentar até um pouco mais do que isso em 1998, por conta da Copa do Mundo.
Cai preço
Um conjunto de fatores está dando força à venda de televisores. Destacam-se aumento no poder de compra do consumidor, maior prazo do crediário e redução das taxas de juros e dos preços.
Em 1990, por exemplo, o preço médio de uma TV de 20 polegadas nas lojas era da ordem de US$ 848. Hoje sai por aproximadamente US$ 400, informa a Eletros, que reúne a indústria eletroeletrônica.
Além do preço menor, o consumidor pode comprar o aparelho para pagar em até 24 meses. Neste caso, a prestação média pode variar de R$ 30 a R$ 40 por mês. Os juros são da ordem de 6% ao mês.
Troca dos aparelhos
Um estudo mais conservador do Bic Banco estima que o mercado de televisores chega a 10,3 milhões de unidades no ano 2000, podendo alcançar 12 milhões de aparelhos numa avaliação mais otimista.
Para isso, o banco leva especialmente em conta o fato de que 15% a 20% dos televisores instalados no país -cerca de 35 milhões de unidades- serão renovados por ano.
Também considera que 600 mil novas famílias serão formadas anualmente e que vão, portanto, comprar um televisor.
E mais: entende que pelo menos 1,6 milhão de pessoas com renda de dois a cinco salários mínimos vão anualmente comprar uma TV pela primeira vez.
Para Paulo Mallmann, diretor do Bic Banco, quem compra televisor hoje tem renda de cinco a dez salários mínimos. Esses consumidores, acredita, estão, na verdade, substituindo TVs antigas e menores pelas modernas e maiores.
"Quem ganha de dois a cinco salários mínimos começa agora a ingressar no mercado", afirma o diretor do Bic Banco.

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