São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996
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Brasil vai crescer apenas 3% em 1996, diz a OCDE

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou ontem suas novas previsões, que incluem crescimento de 3% do Brasil em 1996. Em 1997 a taxa subiria para 4,5%.
A OCDE cita o nível elevado das reservas cambiais do Brasil como uma vantagem, mas alerta para o risco de fuga de capitais se o ajuste fiscal não ocorrer em tempo hábil.
O organismo projeta ainda uma balança comercial equilibrada para 1996 e um déficit de US$ 2 bilhões em 1997. O informe também ressalta que o ajuste orçamentário brasileiro depende em grande medida de reformas constitucionais nos sistemas previdenciário, tributário e administrativo, que caminham lentamente.
Para a OCDE a reforma administrativa do setor público é a mais importante no curto prazo, porque permitirá redução dos custos salariais, considerados como a principal rubrica de gastos tanto a nível federal quanto local.
O informe diz ainda que independentemente dos efeitos das reformas constitucionais, a queda recente dos juros internos aliviará o custo do serviço da dívida pública, enquanto o ajuste de tarifas públicas poderá reduzir o déficit das empresas estatais a partir de 1996.
Para a OCDE, o nível elevado de reservas dá condições ao país de esperar pelo ajuste orçamentário, mas ainda assim o tempo poderia encurtar-se rapidamente numa eventual crise de confiança, provocando fuga de capitais.
A organização considera ainda que as taxas de juros reais deverão permanecer altas até o final de 1997, enquanto a política cambial provavelmente continuará provocando uma desvalorização nominal gradual do real.

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