São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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Polícia desconsidera material político achado com eletricista

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia paulista evitou dar tratamento político ao acidente em que uma bomba caseira explodiu anteontem junto ao eletricista Djalma Martins, 32, decepando dois dedos de sua mão esquerda.
No boletim de oorrência, feito pelo 40º Distrito Policial, não há referências às fotos de políticos encontradas no carro do eletricista.
No veículo, havia fotografias do deputado estadual Campos Machado (PTB) e da campanha presidencial de FHC, em 1994.
Também estavam no carro um cartão de visita do vereador Hanna Garib, líder do PPB na Câmara Municipal de São Paulo.
O boletim foi feito pelo delegado Paulo Gilberto Negrão, que não estava ontem no DP. O delegado titular, Hélio Bernardes Cabral, não quis se manifestar. A polícia informou que as fotos serão anexadas ao inquérito.
A explosão ocorreu às 18h de anteontem, quando Martins estava em uma serralheria na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte).
Também foi encontrado no carro de Martins um panfleto apócrifo sobre a greve. As centrais sindicais repudiam esses textos.
O boletim do 40º DP faz referências ao panfleto, que incitava ao saque e queima de lojas durante a greve. Campos Machado disse que não conhece o autor da bomba. Garib não foi localizado pela Folha até o fechamento desta edição.
Martins continua internado no hospital de Vila Nova Cachoeirinha. Está sob escolta da polícia. Após a alta, ficará preso no 40º DP.
Sua mulher, Silvana Dias, leu um bilhete enviado por seu marido aos repórteres. Martins reafirma que a bomba seria usada contra traficantes de drogas.

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