São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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PM afasta acusados de ligação com bicho

DA REPORTAGEM LOCAL

O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Claudionor Lisboa, determinou ontem o afastamento de todos os PMs acusados de envolvimento com a cúpula paulista do jogo do bicho.
O promotor Márcio Pires de Mesquita pediu abertura de inquérito civil para apurar o suposto envolvimento de coronéis da PM, de delegados e um ex-corregedor da Polícia Civil, um procurador de Justiça e um ex-governador com o jogo do bicho.
As investigações, baseadas em uma fita de vídeo e uma fita cassete, foram feitas pelo promotor Camilo Pillegi.
A fita de vídeo mostra cenas de almoços em uma churrascaria de São Paulo, patrocinados pelo empresário e vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Hugo Carletti, para policiais.
Carlleti, segundo a denúncia, promoveria tais almoços para "aproximar a cúpula da polícia da do jogo do bicho". Segundo Carletti, tratam-se de almoços de "confraternização, informais, patrocinadas há mais de 12 anos".
Na fita de áudio, teriam sido gravados telefonemas -com autorização judicial- entre Carletti e supostos "homens de confiança" do bicheiro Ivo Noal, hoje preso.
Ontem foram afastados de suas funções os coronéis Luiz Nakaharada (comandante do 4º Batalhão de Policiamento Metropolitano), Armando Rafael de Araújo (comandante do Regimento de Polícia Montada), Antonio Chiari (comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), Wagner Cintra (diretor de Ensino e Instrução da PM), Antonio Carlos Rufino Freire (comandante do Policiamento Metropolitano), o major Mário Roberto de Abreu (chefe de uma das divisões de ensino da PM).
Além deles, serão investigados os coronéis da reserva Péricles Caramaschi, Nelson Schiavone, Wilton Isipon e um tenente.
O chefe de Relações Públicas da PM, coronel Paulo Régis Salgado, disse que os comandantes foram afastados por "medida preventiva e para manter a transparência das investigações". "Isto não quer dizer que tenha sido comprovado o envolvimento desses oficiais", afirmou Salgado.
Os coronéis serão deslocados para outros unidades na condição de adidos -sem poder de comando. Serão investigados o ex-corregedor Guilherme Santana, o ex-governador José Maria Marin, o procurador José de Arruda Silveira Filho e dois delegados da PF.

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