São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996
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Estado e prefeitura brigam por PS

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo acirraram ontem a batalha no campo da saúde.
O Estado resolveu retomar o controle do pronto-socorro do hospital do Mandaqui, administrado pela prefeitura desde 1983.
A prefeitura havia decidido implantar o PAS (Plano de Atendimento à Saúde) no Mandaqui (zona norte) ontem. Como foi impedida pelo Estado, vai à Justiça.
O PAS prevê a transferência da administração de hospitais e postos de saúde para cooperativas de médicos. O sistema exige que o doente seja cadastrado e tenha uma carteirinha. Cada cooperativa recebe R$ 10 por mês da prefeitura por pessoa cadastrada.
Começou a ser implantado em janeiro. O Estado é contra o sistema, assim como associações de médicos, como o CRM (Conselho Regional de Medicina).
Para evitar a implantação do PAS no Mandaqui, o secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, enviou um ofício para a prefeitura afirmando que o PS passava a ser do Estado novamente.
"O PS do hospital do Mandaqui é nosso e ponto final. Achamos que esse plano compromete o atendimento", disse o Guedes.
"Essa foi uma atitude política", rebateu o secretário municipal da Saúde, Roberto Paulo Richter, que resolveu ir à Justiça e teria acionado a Guarda Civil Metropolitana.
Durante toda a tarde de ontem, uma equipe de 17 novos funcionários do PAS que começaria a trabalhar ontem esperava na porta do PS por uma decisão. "Estamos esperando uma ordem judicial para entrar", disse o diretor da cooperativa Santana, José Carlos Costa.
Na frente do PS, 20 seguranças asseguravam que ninguém da prefeitura iria trabalhar. Às 17h40, segundo funcionários do Estado, funcionários do PAS teriam tentado entrar no PS pela cozinha. Os seguranças teriam impedido.
Às 20h30, a prefeitura mudou de tática. Richter determinou que os funcionários fizessem um boletim de ocorrência. "Se houver casos de omissão de socorro, o Estado será responsabilizado", disse Richter.

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