São Paulo, sábado, 22 de junho de 1996 |
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Estereótipos sobre o Brasil marcam presença em Marselha Quatro documentários enfocam situação do país AMIR LABAKI
Quatro dos 400 títulos disponíveis na videoteca enfocam aspectos da vida nacional. Todos os estereótipos negativos se acumulam no pior deles, "Les Fils du Vent" (Os Filhos do Vento). Vergonha suprema: o vídeo da produtora francesa "Les Films du Village" tem por diretor um obscuro "cineasta brasileiro" chamado Soly Levy. "Aqui Agora" tem inspiração shakespeariana perto de "Les Fils du Vent". É um sensacionalismo só. Começa com o Cristo Redentor ao som de "Aquarela do Brasil" e termina em desfile de escola de Samba com passista estampando a bandeira nacional no peito. De uma ponta a outra, são 56 minutos louvando a luta dos "educadores de rua" no Rio contra a marginalização e o assassínio de crianças. Os educadores parecem mais cândidos do que Julia Roberts em missão beneficente no Haiti. Os piores bandidos não seriam os traficantes que exploram menores, mas os policiais. Todos, de líderes de quadrilha até um deputado, acusam genericamente a polícia. A resposta a tudo isso está em "O Outro Brasil" (Das Andere Brasilien), telessérie alemã dirigida por Gernot Schley. São cinco capítulos de 43 minutos. "O Outro Brasil" trata de assuntos-clichê evitando o facilitarismo dominante mesmo na TV brasileira. O crítico Amir Labaki está em Marselha a convite do festival. Texto Anterior: Ator encontra melancolia no Paraguai Próximo Texto: Handbag é a nova mania das pistas Índice |
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