São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 1996
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MEC divulga a lista de livros excluídos

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O MEC (Ministério da Educação e do Desporto) divulgou ontem a lista dos livros didáticos que foram excluídos do catálogo da FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) para 1997.
A lista contém 347 títulos. Segundo o MEC, 263 livros foram reprovados por erros de conceito, preconceito ou desatualização. Outros 75 tiveram sua inscrição recusada por serem paradidáticos.
O MEC não soube explicar por que a lista divulgada ontem tinha nove livros a mais do que havia anunciado. Ao todo, as editoras haviam inscrito 1.159 títulos de livros didáticos.
Avaliação
Em 1996, só foi feita avaliação de conteúdo (erros de conceito e preconceito) nos livros usados entre a 1ª e a 4ª série. A análise de conteúdo será estendida no ano que vem aos livros da alfabetização e da 5ª à 8ª série.
Nessa avaliação de conteúdo, foram reprovados 80 livros, o que equivale a 17% do total de inscritos.
A maioria foi reprovada por erros de conceito. A editora que teve mais livros excluídos por esse problema foi a Brasil. Dos 35 livros inscritos de 1ª à 4ª série da editora, 17 foram reprovados (48%).
O diretor de livros didáticos da Brasil, Luis Roberto Neto, estava viajando ontem e não foi localizado pela Folha. Segundo sua secretária, Cristina, Roberto Neto era a única pessoa autorizada a comentar a lista excluídos.
Aviso
O ministro Paulo Renato Souza (Educação) afirmou que não houve qualquer tipo de injustiça na lista dos excluídos. Segundo Paulo Renato, as editoras foram avisadas de que seria feita avaliação de conteúdo e de atualização.
O ministro também disse, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, que o MEC não quis esconder da opinião pública a lista dos livros excluídos.
"Havia um processo em andamento e estávamos cumprindo as etapas desse processo", afirmou.
Erratas
Paulo Renato afirmou que é impossível retirar das escolas os livros reprovados que já foram distribuídos no início do ano.
Mas disse que vai pedir às editoras que aproveitem o mês de julho para publicar erratas corrigindo os erros citados pela avaliação.
O ministro disse que as próprias editoras deveriam se encarregar de distribuir para as escolas as erratas, uma vez que elas sabem quais livros foram enviados e quais municípios os receberam.
"Acho que as editoras que tiverem bom senso vão atender o pedido do MEC", disse Paulo Renato.
Wander Soares, vice-presidente da Abrelivros (Associação Brasileira das Editoras de Livros Didáticos), disse que é impossível fazer o que o ministro quer.
"Podemos fazer as erratas, mas não há como distribuí-las pelas escolas", disse Soares.

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