São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996 |
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Pressa na colheita pode gerar prejuízos Qualidade será o diferencial desta safra DA REDAÇÃO Apressar a colheita do café pode trazer prejuízos ao produtor."Se optar por colher o café neste momento, o produtor pode perder R$ 60 mil a cada mil sacas colhidas", alerta o agrônomo Aldir Alves Teixeira, consultor da torrefadora italiana Illycaffè. Teixeira explica que o café colhido agora tem alta porcentagem de grãos verdes, o que na cafeicultura se traduz em defeito e gera perdas. O agrônomo calcula que em mil sacas com 25% de cafés verdes são perdidas 64 sacas só com a diferença de peso. Se for considerada também a exigência do mercado importador por cafés com no máximo 12 defeitos, mais 230 sacas terão que ser eliminadas. Para saber a época certa de colheita o produtor deve observar a lavoura, segundo Teixeira. Como o café brasileiro é preparado por via seca (terreiro), o melhor é colher os frutos quando estiverem secos. "As colheitas fora de hora acontecem por falta de informação do produtor, que deveria procurar conhecer melhor o seu café", diz Teixeira. Para Teixeira, os cafeicultores deveriam consultar cooperativas, associações de produtores e agrônomos sobre a melhor forma de comercializar a sua colheita. "O mercado importador procura cafés de no máximo tipo 3, mas a média dos cafés produzidos no Brasil está classificada entre os tipos 6 e 7", diz o agrônomo. A cafeicultura rentável, segundo ele, depende de qualidade e produtividade. Embora o Brasil mantenha a condição de maior produtor mundial de café, a média de produtividade da cultura está abaixo de 15 sacas/hectare. Nesta safra, acrescenta Teixeira, a qualidade do café vai ditar as regras do mercado. É que as previsões indicam uma safra de 24 milhões de sacas, bem superior a anterior (12,5 milhões de sacas). Texto Anterior: Vírus vai combater lagarta do milho Próximo Texto: A reforma agrária que não deu certo e a que pode dar certo Índice |
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