São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mandíbula não é da ossada de Lamarca, conclui novo laudo IML acha ossos incompatíveis na urna do guerrilheiro PAULO SILVA PINTO
A ossada foi exumada pelo IML (Instituto Médico Legal) de Brasília na terça, a pedido da família, à procura de provas que pudessem esclarecer as circunstâncias de sua morte, em 1971. Lamarca foi morto no interior da Bahia pelo Exército, após ter desertado e se engajado na guerrilha do Vale do Ribeira (SP). O laudo do IML, divulgado ontem, revela que a mandíbula "não pertence ao crânio" que estava na urna porque não há encaixe. Outra incompatibilidade: a mandíbula encontrada tem dentes, e Lamarca havia extraído todos, segundo a Comissão de Familiares dos Desaparecidos Políticos. Para eliminar a dúvida, será realizado um teste de DNA, que deve ficar pronto dentro de 30 a 40 dias. O material genético encontrado no osso vai ser comparado com o do sangue dos filhos de Lamarca. Indenização Três anos depois da morte a família pediu a exumação dos restos mortais e sua transferência para o cemitério do Caju, no Rio. O IML de Salvador não arquivou qualquer registro sobre a autópsia de Lamarca, o que poderia esclarecer hoje as circunstâncias de sua morte -isso foi possível no caso do guerrilheiro Carlos Marighella. A exumação não conseguiu descobrir os elementos que a família procurava: de que Lamarca teria sofrido perfuração com faca ou baioneta. Se isso fosse encontrado, haveria contradições na versão do Exército, de que Lamarca foi morto com tiros à distância. Caso fique provado que Lamarca estava sob controle antes de ser morto, a família terá direito a indenização do Estado. Texto Anterior: Governo confirma convocação em julho Próximo Texto: Demissões podem custar R$ 140 mi Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |