São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996
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Poupança deverá remunerar mais

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo estuda mudanças na remuneração das cadernetas de poupança, que estão perdendo depósitos para o consumo e para fundos de investimento.
O assunto deve ser discutido amanhã pelo Conselho Monetário Nacional. O CMN discutirá também a liberação de opções de crédito ao consumidor.
Podem ser anunciadas a liberação dos lances para consórcios de automóveis e a redução do prazo mínimo para formação de grupos. O mínimo hoje é de 50 meses.
Poupança e TR
Dentro das mudanças na poupança, não está descartada adoção de um redutor mais baixo para a TR (Taxa Referencial), índice que remunera os depósitos. Em maio os saques superam os depósitos em R$ 1,13 bilhão.
Para o governo, o problema em aumentar a TR é que a maior parte da dívida da União, Estados e municípios é reajustada pela TR. Financiamentos habitacionais e outros débitos pessoais também são corrigidos pela TR.
É consenso na área econômica que o redutor da TR deve ser de 0,90% para despertar novamente o interesse dos aplicadores.
Em junho, o redutor da TR está fixado em 1,30%. Em julho, será de 1,25%, em agosto, de 1,20%, e em setembro, de 1,15%.
Existe um acordo informal entre o governo e o mercado para que o redutor seja anunciado com três meses de antecedência.
O diretor de fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, confirmou ontem que existem estudos sobre a mudança no cálculo da TR. No início do ano, a proposta de uma maior mudança na TR foi rejeitada pelo ex-ministro do Planejamento José Serra, devido ao reflexo nas contas públicas. O atual ministro, Antonio Kandir, é favorável à medida.
Consórcios e bancos
Os estudos para a liberação dos lances nos grupos de consórcios de carros e a redução do prazo mínimo estão prontos há mais de um mês. O governo espera um momento para anunciar as mudanças. O governo também estuda a redução do IOF de 6% para 3% para pessoas físicas.
Também pode ser anunciada a permissão para que bancos voltem a aceitar cheques como garantia de empréstimos ou financiamentos. Essa medida aliviaria os empresários, que poderiam ter capital de giro a taxas menores.

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