São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 1996
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Pasto de zebras

THALES DE MENEZES

Antes de mais nada, sinceras desculpas. Na semana passada, esta coluna esboçou um exercício de futurologia que naufragou por completo depois de dois dias de jogos em Wimbledon.
É no que dá falar em resultados prováveis no esporte, essa caixinha de surpresas.
Dos oito possíveis quadrifinalistas citados na semana anterior, cinco já estão fora da briga pelo título em Londres.
São eles Thomas Muster, que se contundiu antes do torneio, e a quadra de ases Andre Agassi, Jim Courier, Michael Chang e Yevgeny Kafelnikov, eliminados na primeira rodada por uma penca de desconhecidos.
Tudo bem que o esporte vive disso, das zebras, do imponderável. Mas a dose inicial em Wimbledon foi exagerada.
No feminino, as favoritas passaram com tranquilidade pelos dois primeiros dias. As zebras em Wimbledon são muito mais comuns entre os homens do que na chave feminina.
A razão, parece, é o saque. Como nas quadras de grama a bola desliza numa velocidade espantosa, o saque forte acaba tendo maior participação na definição da partida.
O limitado Doug Flach, carrasco de Agassi, passou 22 aces no adversário, que é simplesmente o melhor devolvedor de saques do circuito.
No jogo das mulheres, até pela compleição das jogadoras, o saque não tem o mesmo caráter decisivo que carrega no jogo da chave masculina.
As surpresas de Wimbledon não devem parar por aqui. O atual tricampeão Pete Sampras deve estar um pouco nervoso para sua próxima partida.
Além de não ter jogado muito bem contra Richey Reneberg na estréia, Sampras pega agora o teen australiano Mark Philippoussis, seu algoz no Aberto da Austrália, em janeiro.
O saque do sujeito é um tornado. Depois de ver o australiano treinar, Jim Courier disse que seu amigo Pete terá "sérios problemas" pela frente. É fato.

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