São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Governo libera verba para redutos de parlamentares

LUCIO VAZ; VIVALDO DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério do Planejamento prevê a assinatura de 994 convênios com municípios até o dia 30, no valor de R$ 279,2 milhões, para obras de habitação e saneamento.
A lei eleitoral fixa o dia 30 como último prazo para liberação de recursos para as prefeituras. As liberações já definidas pelo governo atendem aos redutos eleitorais dos parlamentares.
Cerca de mil prefeitos estão em Brasília em busca dos recursos federais, segundo avaliação do líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE).
Convênios já acertados mostram que parlamentares de expressão conseguiram bom volume de recursos para suas bases.
O líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), conseguiu R$ 757 mil para obras de saneamento básico em Ituaçu, sua terra natal, e mais R$ 600 mil para Livramento de Brumado.
As bases eleitorais do líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), foram bem atendidas. Barretos e Santa Bárbara do Oeste receberam R$ 427 mil e R$ 327 mil, respectivamente, para obras de infra-estrutura.
O deputado Germano Rigotto (PMDB-RS), ex-líder do governo no Congresso, deixou o cargo para concorrer à Prefeitura de Caxias do Sul (RS). Ele conseguiu R$ 502 mil para infra-estrutura e habitação em cinco cidades da sua região.
Candidatos
Alguns candidatos a prefeito conseguiram recursos para os municípios onde disputam as eleições em outubro.
Sebastião Madeira (PSDB-MA), pré-candidato a prefeito de Imperatriz, conseguiu R$ 541 mil para obras de canalização de córregos e abastecimento de água no município.
Pré-candidato a prefeito de Florianópolis, Edison Andrino obteve R$ 936 mil para obras de saneamento na cidade.
Quatro candidatos a prefeito e vice pelo PT e dois pelo PDT nada conseguiram liberar.
A toque de caixa
Os convênios que serão assinados destinarão R$ 104,6 milhões para habitação, R$ 104,7 milhões para infra-estrutura e R$ 69,7 milhões para ação social e saneamento.
Foram analisados 5,2 mil projetos. São Paulo teve o maior número de planos direcionados: 132, no valor de R$ 28,7 milhões. Minas Gerais obteve 92 planos, no valor de 23,9 milhões. A Bahia conseguiu 71 planos, no valor de R$ 25,2 milhões.
O diretor da Caixa Econômica Federal José Coelho afirmou que os prazos para avaliar os convênios foram restritos, já que o Orçamento da União foi aprovado em abril.
"A Caixa agiu com velocidade e de forma descentralizada, por meio de todos os escritórios de negócios, a fim de submeter, no prazo, os planos ao Ministério do Planejamento", disse.

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