São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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PF 'federaliza' as investigações do crime

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A apuração do assassinato de PC Farias foi "federalizada" ontem, disse o governador de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB).
A nova fase da investigação modifica a conduta da policia alagoana, que, após reunião, decidiu considerar todos os seguranças e a família de PC como suspeitos.
"Quero que não fique dúvidas sobre o assassinato e que sejam punidos os responsáveis, doa a quem doer", afirmou Suruagy.
Por ter sido amigo de PC, o governador disse que, pessoalmente, não acredita no envolvimento de algum integrante da família do empresário.
"A participação da família é apenas na dor de ter perdido seu líder", afirmou Suruagy.
As mudanças nos rumos das investigações foram definidas por Suruagy e o ministro da Justiça, Nelson Jobim.
Posição do corpo
O secretário da Segurança de Alagoas, José Amaral, afirmou que a perícia na casa mostra que PC não estava dormindo na posição em que foi encontrado -de barriga para cima e de olhos abertos.
Segundo ele, PC estava de lado e, ao receber o tiro, ficou de barriga para cima e abriu os olhos.
Inquérito
O inquérito continua sendo presidido pela Polícia Civil de Alagoas, mas a PF participará da investigação. Uma equipe de seis policiais federais já está em Alagoas.
"Quando soube do assassinato, minha primeira atitude foi chamar a Polícia Federal para acompanhar o caso, pois eu sabia que, por melhor que fosse o inquérito, até pelo estilo da fuga do PC, o caso teria repercussão internacional e ninguém confiaria no resultado do inquérito", afirmou Suruagy.
Todo os laudos do inquérito serão refeitos por técnicos que chegaram a Maceió. A arma do crime, por exemplo, segue hoje para Salvador, onde passará por novo exame de balística. Ela será levada pelo perito Nivaldo Cantuária ao Instituto de Balística de Salvador.
O governador enviou ofício à PM solicitando informações sobre a possibilidade de a corporação punir o coronel e médico George Sanguinetti, que disse suspeitar de manipulação das autópsias.
Para Sanguinetti, PC teria levado o tiro em pé, e a namorada do empresário não poderia ter se matado. Ele pediu proteção ao governo.

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