São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Perito diz que corpo de Suzana não foi mexido

Avaliação é de especialistas que viram fotos

DA REPORTAGEM LOCAL

O corpo de Suzana Marcolino da Silva, a namorada do empresário Paulo César Cavalcante Farias, não foi mexido após receber o tiro que a matou.
Essa é a principal hipótese que três delegados e um perito do Departamento de Homicídios de São Paulo formularam após a análise de duas fotografias do local onde estavam os corpos.
Entre os consultados estão o diretor do departamento, delegado Marco Antônio Desgualdo, e o chefe da perícia, Paulo Huterer. "Vimos poucas fotos para ter certeza", disse Desgualdo.
Eles apontaram cinco pontos importantes nas fotos, todos relacionados com as marcas de sangue no corpo de Suzana.
O primeiro é o sangue no braço direito. Ele escorre do pulso para o cotovelo, o que indicaria que o braço estava levantado quando foi atingido pelo sangue.
O segundo ponto são as manchas borradas de sangue na cama próximas do calcanhar e da perna esquerda. Elas indiciariam que a perna mexeu poucos centímetros após o disparo.
Outro ponto é o sangue na roupa. Ele escorre de cima para baixo, o que indicaria que ela não estava deitada ao ser baleada.
As manchas do acúmulo de sangue também são importantes. Após a morte, o sangue concentra-se nas áreas mais baixas do corpo. Em Suzana, ele acumulou na parte traseira da coxa, que está em contato com a cama.
Todas essas manchas indicariam que o corpo não foi virado depois da morte. Por fim, não há sangue espalhado longe do corpo, o que reforça essa tese.
Os delegados e peritos disseram que as hipóteses de suicídio e de homicídio não podem ser descartadas pelas fotos e explicaram como as duas versões seriam possíveis (veja quadro ao lado).

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