São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Eletrobrás tem perda e faz corte

SILVIA NORONHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Maior empresa brasileira de capital aberto, a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras) reduziu sua rentabilidade de 2,9%, em 1994, para 1,1% no ano passado.
O presidente da empresa, Firmino Sampaio Neto, diz que a baixa rentabilidade em 1995 se deve ao congelamento das tarifas entre maio de 1994 e novembro do ano passado. Segundo Sampaio Neto, o aumento em dezembro de 1995 só vai se refletir no balanço deste ano. "No ano passado assimilamos custos, inclusive de reposição salarial dos funcionários, sem que houvesse elevação da receita", afirma.
Para se tornar mais competitiva, a Eletrobrás quer reduzir custos e privatizar a geração de energia. O presidente da empresa descarta a perspectiva da revisão de tarifas. Em 1995, a estatal reduziu em 10% seus custos em relação a 1994, gerando ganho de R$ 300 milhões.
Investimentos
A Eletrobrás planeja investir R$ 1,6 bilhão este ano, basicamente na conclusão de obras, como a usina de Xingó, no Nordeste. Outros investimentos estão sendo feitos em parceria com a iniciativa privada, como a Serra da Mesa (Furnas) e a Itá (Eletrosul).
"É preciso acelerar os investimentos com entrada de capitais privados", afirma Sampaio Neto. Essa preocupação está fundamentada no crescimento da demanda no Brasil. Em 1995, o consumo de energia no país aumentou 7,6%, quase o dobro do previsto.
O presidente da Eletrobrás não acredita que a tarifa de energia elétrica no país aumente com a participação da iniciativa privada.
Com a introdução da concorrência, Sampaio Neto acha que os investimentos em geração serão mais econômicos e haverá redução dos custos.
Ele prevê que, no futuro, o trabalho da estatal será planejar o setor. Afirma acreditar que o Estado continuará com o controle apenas de Itaipu e das usinas de Angra.

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