São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Bradesco supera o BB e lidera ranking

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um ataque inédito de sinceridade na diretoria do Banco do Brasil fez do Bradesco o maior banco do país em 1995.
Com patrimônio líquido reduzido bruscamente devido ao reconhecimento de prejuízos históricos, o BB cedeu lugar ao Bradesco nesse ranking.
O banco fundado por Amador Aguiar ascendeu ao topo da lista ao terminar o ano com um patrimônio líquido de US$ 4,976 bilhões.
Ficou à frente do Itaú, com US$ 3,731 bilhões; da CEF, com US$ 3,627 bilhões, e do BB, com US$ 3,562 bilhões.
Com modéstia de campeão, Lázaro de Mello Brandão, presidente do Bradesco, sabe que o primeiro lugar é temporário e evita abrir o champanhe.
"Circunstancialmente, obtivemos a primazia sobre o Banco do Brasil, mas temos respeito e não comemoramos", diz Brandão. E explica: "Sabemos que o Tesouro Nacional fará um aporte de capital e o BB retomará seu devido lugar".
Mas isso não tira o mérito do Bradesco, que reforçou sua posição de maior banco privado do país enquanto outras instituições foram à bancarrota -caso do Econômico, do Nacional e do Banorte, só para citar os três maiores.
Assim como eles, o Bradesco sofreu com a queda dos ganhos inflacionários, o chamado "floating" (lucro com a aplicação de recursos não-remunerados de terceiros).
Nos primeiros 17 meses do Real, os bancos deixaram de arrecadar algo como R$ 32 bilhões em "floating", segundo o economista Joe Yoshino, da Universidade de São Paulo.
Inadimplência
O Bradesco também sofreu com a crise de inadimplência causada pelos juros altos do Real no ano passado.
Teve que separar cerca de US$ 1,4 bilhão para fazer frente aos calotes da clientela. "Sofremos com a inadimplência e já renegociamos mais de US$ 1 bilhão", diz Brandão.
O tranco de US$ 1 bilhão -equivalente ao buraco que levou o inglês Barings à bancarrota- não impediu o banco de fechar o ano com um lucro de US$ 555,1 milhões.

LEIA MAIS sobre o Bradesco à pág. 40

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