São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Louco por louco...

CARLOS SARLI

Terminado o maior campeonato regional de futebol do país, lá vem lamentação. Mesmo com "Parmalats", "Basfs" e "Tams", os clubes/empresas declaram prejuízos.
Nesta semana, recebi alguns releases sobre o Extreme Games, a olimpíada dos chamados esportes de ação. Um deles, ao explicar o bungee jump, descrevia o atleta como um louco que salta de uma plataforma preso a um elástico.
Se o esporte número um do país, no maior Estado da União, e uma estrutura secular de suporte dão prejuízo, loucos devem estar os responsáveis. É um desperdício insano.
Enquanto isso, o "X Games" e seus "loucos" conseguem mobilizar uma das maiores redes de TV da nave mãe, a ESPN, com transmissão para mais de 150 países, e executivos de empresas do porte da Nike e GM, entre outras patrocinadoras.
Programado inicialmente para ser bianual, o sucesso da primeira versão no ano passado determinou a antecipação.
Nem mesmo as proximidades geográfica e de calendário com Olimpíada intimidaram os organizadores. Coisa de maluco.
Os "X Games" acontecem em Newport, Providence e Middletown, no Estado de Rhode Island, mil milhas acima de Atlanta. Teve início no último domingo e irá até o dia 30, oito dias alucinados.
São mais de 400 atletas competindo em esportes maluquérrimos. O Brasil está representado, e bem, no skate, no In-line Skating e no Street Luge. No Skysurfing, o mais irado dos esportes em disputa, a dupla brasileira Pierre Chofard e Sabiá entrou como "alternate" e estará apenas fazendo demonstração, já que todas as dez duplas participantes compareceram.
Os "X Games" são um sucesso. Ratificam o interesse da malucada, quero dizer molecada, pelos esportes de ação. Só alguns profissionais de marketing não percebem. E preferem continuar rasgando notas de cem.

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