São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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A neuro-96 dos pênaltis e as neuras dos leitores

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, na Neuro-96 das decisões por pênaltis, até a frieza alemã é fogo e vai enfrentar a zebra tcheca (aí, meus Deus, neguinho vai escrever dizendo que é preconceito contra os tchecos).
Em seis jogos decisivos, quatro foram decididos nos pênaltis, aliás, com alto índice de aproveitamento, prova que o torneio foi bastante nivelado.
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Juan Carlos Landaluce, a quem agradeço por "melhorar" esta coluna, lembra que confundi jogadores: quem estava em campo jogando pela Espanha era o Guerrero do Atlético de Bilbao.
OK, Landaluce, feita a correção. Mas o papel que ele cumpriu, se você estiver certo, foi o mesmo, ou seja, nenhum.
Você também tem razão quanto à arbitragem, que prejudicou a Espanha.
Mas, como na análise de todo torcedor inconformado, as "nóias" impedem a visão do fundamental: não são os árbitros os maiores adversários da Espanha, mas o esquema conservador, acovardado, do técnico Javier Clemente.
O erro é mesmo ibérico.
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Lá de Londres, Rogério Andrade manda para o "emaiu"da Folha a longa lista dos times que são atuais campeões da Europa, e que não têm jogadores portugueses.
Tá certo, Rogério, mas eu não estava especificando esse ou aquele campeonato ou esse ou aquele campeão.
O Milan não tem jogador português agora, mas tentou comprar pelo menos um deles.
Não é só a Juve que tem jogador português. O Barça levou o Figo quando ainda estava lotado de cracaços, o Parma tem jogador português, a maior esperança jovem portuguesa está na França, e por aí vai.
Pena, Rogério, que você tenha apontado Portugal entre os quatro finalistas -e a caravela afundou.
O que escrevi: se Portugal fizesse uma boa campanha, eu não me surpreenderia. Em parte, fez, némesmo?
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Luiz Paulo Castro pergunta: na hipótese de ter sido o Palmeiras, e não o Cruzeiro, o campeão da Copa do Brasil, se, na sexta-feira, a Folha teria publicado o artigo do professor Pasquale (que, gentilmente, mencionou este autor, pelo que agradeço publicamente), como efetivamente ocorreu.
Pois bem, Luiz Carlos, teríamos publicado sim, porque a tradição, neste espaço, às sextas, é de editar o artigo de um convidado. Satisfeito?
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Caso de "nóia" absoluta é o do leitor cruzeirense Geraldo Vasconcelos, para quem existe uma conspiração da imprensa esportiva do eixo Rio-SP contra o futebol mineiro.
Diz que eu passei dos limites e insinua que, se não tenho "emaiu" próprio, é porque devo estar querendo esconder alguma coisa (aliás, ele usa o "emaiu" do Sebrae. É correto?) Hum... até onde vai a "nóia"?
Não sou palmeirense, acho que é direito de qualquer cidadão ter a liberdade de escolher se quer ou não ter um "emaiu" e, quando afirmei que o Cruzeiro chegou lá "pianinho, pianinho", era uma maneira carinhosa mencionar um dos arquétipos da mineirice.
Esta coluna é premiada: tem leitores muito mais inteligentes que o colunista.

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