São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Amor não é paixão, diz Katz em debate

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o psicanalista Chain Samuel Katz, amor e paixão não se confundem. O amor possui uma temporalidade mais longa, enquanto a paixão é imediata. "A paixão diz respeito a objetos parciais, como um cheiro, um par de pernas."
Katz foi um dos participantes, anteontem, do debate que teve o amor como tema, na série "Diálogos Impertinentes", promovida pela Folha, PUC-SP e Sesc,
A atriz Norma Bengell, doente, não pôde participar do evento. Em seu lugar, debateu a jornalista Silvia Popovic. Para ela, a mulher chega a matar por paixão como reação à ameaça de abandono.
Durante o debate, realizado no Tuca, Katz se referiu constantemente à teoria freudiana. O amor como fato positivo é a seu ver pouco verdadeiro. "Freud nos ensinou que as pulsões também têm momentos de disjunções e são elas que provocam o sofrimento."
O sujeito apaixonado se expande, diz ele, e com isso invade o terreno daquele que é objeto de sua paixão. O sentido de alteridade se vê comprometido com a experiência amorosa, já que o "eu" e o "outro" se confundem.
Indagado se era possível amar eroticamente duas pessoas ao mesmo tempo, Chain Samuel Katz deu uma resposta lacônica: "Acontece". Também afirmou que "nós não temos ciúmes; é ele, este sentimento, que nos tem".

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