São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Corcunda' da Disney ganha final feliz

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os tradicionalistas certamente vão chiar, Victor Hugo pode até tremer de indignação no túmulo, mas "O Corcunda de Notre Dame" é um dos mais impressionantes desenhos já realizados.
Nas mãos (e computadores) dos profissionais dos estúdios Disney, o romance gótico e sombrio publicado por Hugo em 1831 virou uma fantasia musical romântica com um pano de fundo épico.
A ação se passa em Paris, em 1480. Quasímodo (o corcunda) ama Esmeralda (a cigana), que ama Phebo (o chefe da guarda).
Mas quem move as peças desse jogo é um quarto personagem, o juiz Claudio Frollo, que deseja Esmeralda em segredo -e por isso mesmo quer eliminá-la.
É Frollo que aprisiona Quasímodo na catedral, é Frollo que manda Phebo prender Esmeralda, é Frollo que ordena o massacre dos ciganos e marginais de Paris.
Para tornar sedutor um drama tão pouco róseo, os estúdios Disney não só mudaram a história, conferindo-lhe um final feliz, como lançaram mão da combinação de artesanato com alta tecnologia que vem dando certo nas últimas produções da companhia.
"O Corcunda" é o primeiro desenho de longa-metragem produzido no novo estúdio Disney em Burbank (EUA). Demorou dois anos para ser feito e, só no estúdio Disney de Paris, contou com cem artistas e animadores.
A cúpula é a mesma de "A Bela e a Fera": o produtor Don Hahn e os diretores Gary Trousdale e Kirk Wise. Também o compositor é o mesmo: Alan Menken.
Vozes famosas
Na versão original, a voz de Quasímodo é de Tom Hulce; a de Esmeralda, de Demi Moore; e a de Phebo, de Kevin Kline. A dublagem brasileira é boa, mas é preciso assistir ao filme num cinema com boa qualidade de som para não perder as letras das canções e parte dos diálogos.
Vozes famosas à parte, o trunfo do desenho é sua sofisticação visual. As técnicas de computação gráfica foram usadas fartamente para recriar em três dimensões a catedral de Notre Dame e as ruas e praças de Paris. Segundo a produção, uma equipe de desenhistas passou dez dias em Paris estudando a arquitetura da catedral.
Houve ainda uma eficaz escolha dos "coadjuvantes" da história: as bizarras figuras esculpidas nos parapeitos da catedral.
Simpaticamente monstruosas, elas servem de contraponto cômico aos infortúnios do protagonista, cumprindo o mesmo papel que os objetos animados do castelo em "A Bela e a Fera" ou os bichinhos amigos do "Rei Leão".

Filme: O Corcunda de Notre Dame
Produção: EUA, 1996
Direção: Gary Trousdale e Kirk Wise
Onde: a partir de amanhã nos cines Belas Artes (sala Cândido Portinari), Center Iguatemi 2, Metrópole e circuito

Texto Anterior: Divine Brown lança em SP fita pornô de sua cena mais famosa
Próximo Texto: Riqueza plástica esconde subtexto erótico
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.