São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 1996
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Ataque rebelde mata 54 no Afeganistão

Guerrilheiro assume o governo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pelo menos 54 pessoas morreram e 118 ficaram feridas ontem no Afeganistão em ataques da guerrilha Taleban em protesto contra a posse do líder de uma guerrilha aliada como premiê do país.
O número de mortos pode chegar a mais de 60. Foram atirados contra a capital afegã cerca de 300 projéteis. Por causa de apenas um deles, que atingiu um ponto de ônibus, 26 pessoas morreram.
As ruas da cidade ficaram vazias logo após o ataque, que também atingiu uma escola só para meninas e um mercado ao ar livre.
O líder da guerrilha Hezb-i-Islami, Gulbuddin Hekmatyar, chegou ontem a Cabul com um comboio de cem carros e assumiu o governo de conciliação.
O presidente Burhanuddin Rabbani investiu seu ex-inimigo mais de dois anos depois da tentativa de golpe de Estado de Hekmatyar.
Os guerrilheiros do Taleban mostraram que estavam descontentes com o acordo feito entre o guerrilheiro e o presidente.
O Taleban e o Hezb-i-Islami são apoiados pela etnia tradicionalmente dominante no país, os pashtun, que querem derrubar as facções guerrilheiras mais moderadas que tomaram o poder em 1992. Os pashtun querem instalar um Estado purista islâmico.
Tentativa de golpe
Hekmatyar já havia sido primeiro-ministro em um governo de conciliação, entre março de 1993 e janeiro de 1994. Mas, no final do período, ele tentou dar um golpe de Estado e foi derrotado.
A partir de ontem, Hekmatyar passa a liderar um governo provisório que, segundo ele próprio, deve durar de seis meses a um ano.
O líder guerrilheiro disse que as suas prioridades no governo são acabar com a guerra civil no país, criar a estabilidade e organizar um Exército islâmico.
Hekmatyar, que decidiu assumir os ministérios da Defesa e das Finanças, prometeu chamar moderados para participar do governo, entre eles o ex-inimigo e comandante Ahmad Shah Masood.

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