São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Advogado se atira ao chão para imitar cena
WILSON TOSTA
Segundo o advogado, Emmanuel é um policial sem punições, um guarda de trânsito honesto e pobre que, para ir ao trabalho, usava "uma bicicletinha". O advogado disse que, na tarde anterior à chacina, o PM prendera um menor que levava cola de sapateiro para os meninos da Candelária cheirarem. Os menores reagiram à prisão. Uma pedra foi jogada por um garoto de oito anos e acertou o carro de polícia para onde o soldado Emmanuel levara o menino que carregava a cola. Segundo Neville, o réu chegou a salvar o menor, retirando-o de um microônibus onde era espancado por outros PMs. Sexta-Feira 13 O advogado responsabilizou Maurício da Conceição Filho, o Sexta-Feira 13, ex-PM e amigo de Emmanuel. Conceição teria procurado o réu para propor uma surra nos meninos. O acusado, disse Neville, teria argumentado que os menores "eram 60 ou 70 galalaus (homens de estatura elevada) deste tamanho", mas acabou atendendo ao ex-PM, mais velho e já tendo matado "mais de cem pessoas", incluindo mendigos e menores. "Emmanuel saiu para bater, com o objetivo de manter sua imagem para poder trabalhar no dia seguinte", disse Neville. Dramatização O defensor chegou a se deitar no chão para reproduzir supostas cenas do massacre. Ele disse que, ao ser disparado o primeiro tiro, dentro do carro, acertando Wagner dos Santos, Emmanuel insistira em levá-lo para um hospital. Neville afirmou que o ex-PM dera uma arma a Emmanuel e praticara tiro ao alvo em postes no aterro para pressioná-lo a participar da matança. "Sexta-Feira 13 disse a Emmanuel: vou mandar os garotos correrem e, se você não atirar, eu atiro em você!", berrou o advogado. (WT) Texto Anterior: Para entidade, 'primeira pena foi para inglês ver' Próximo Texto: Grupo leva neta de empresário no Pará Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |