São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996 |
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Coluna Joyce Pascowitch
SÉRGIO RIBAS; SIMONE GALIB AndarilhoÉ pelas andanças Brasil afora que Renato Imbroisi garimpa tudo o que pode para transformar artesanato em arte. Na teia de idéias, ele vai descobrindo cada vez mais o fio -de várias meadas. Com um pé no interior de Minas, onde desenvolve pesquisas com as artesãs do pedaço, e outro em seu ateliê-escola, o tecelão -que trocou o Rio por São Paulo há 15 anos- pinta e borda. São cestarias, baús, tecidos feitos à mão, tapetes e o que mais puder ter a criatividade como base. Tudo num mix, sempre cheio de harmonia, de materiais e talento suficientes para rechear mostras pra lá de estreladas. Atualmente são duas em cartaz: uma no Masp, em São Paulo, e outra na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. Que fôlego! * Quem você carregaria dentro da cesta? As Três Marias. Puxada de tapete dói? Não -se o tapete for voador. Com qual tecido você embrulharia a primeira-dama? Com o Agit Fab, da Nuno, de Tóquio -feito com jornais de vários países. Quem você chamaria para um tricô? Gláucia Amaral. Com quem você dividiria o tear? Com as tecelãs do povoado do Muquem, Minas Gerais. Fio da meada tem ponta? Muitas -só acha quem sabe. Sisal ou renda pura? Renda pura com fiapo de sisal. Para quem você bordaria uma fina estampa? Para a Gabriela, de Jorge Amado. Seda pura ou alfinetadas? Crochê -é claro. E se a agulha cai no palheiro? O jeito é fazer um tecido com a palha que ela aparece. Qual o pior nó? O cego. Pensamentos precisam de corante? Já vêm coloridos. Quem merece levar uma tesourada? A linha. PRESS VICTIM Esqueça qualquer polêmica do noticiário. Utilizada em inglês mesmo -para dizer "vítima da imprensa"-, a expressão virou recurso de ironia entre modettes e define aquelas pessoas que fazem cópia literal de modelos exibidos em revistas de moda. E seguem, sem qualquer toque pessoal, seguras de que estão em sintonia com o que acontece nas vitrines do mundo. Bê-á-bá O Brasil baixa nas escolas da Grã-Bretanha -em fascículos e a cores. * Para divulgar o país, a embaixada brasileira em Londres se inspirou nos currículos da Inglaterra, Escócia e País de Gales, distribuindo a 5.300 estabelecimentos de segundo grau um curso -tipo pacotão- daqueles. Recheado de mapas, exercícios e muita ilustração para alunos e professores. Bisnaga Alguns millionettes encontraram jeito mais econômico para lidar com gorjetas em restaurantes estrelados de São Paulo. Em lugar dos RS$ 10, como tem sido a praxe, só oferecem agora trocados -em dólar, of course. Que chegam no máximo a US$ 4 -e os manobristas adoram. Vitória-régia Depois da arte feita no Nordeste devidamente evidenciada pelos lados de lá, chegou a vez de a Amazônia virar centro das atenções. * Com toque de classe de Janete Costa na curadoria, está confirmada para setembro, no World Trade Center de Nova York, uma semana inteirinha dedicada à produção cultural e artesanal do Estado. Holofote A passagem de Chico Science por Nova York rendeu. Além dos aplausos no festival de música brasileira, ele pousou de star, na Times Square, para o clip que integra outras imagens do projeto Red Hot in Rio. AGÁ Dipostas a dispensar várias alternativas -na avalanche de lançamentos de perfumes-, as americanas mais leves e soltas elegeram os óleos e essências da Kiehl's, no SoHo, seus aromas de verão. Entre as opções -também disponíveis na Barney's-, tem óleo de rosas francesas e flores chinesas, além de aromas de baunilha e jasmim em outros frascos. (SÉRGIO RIBAS e SIMONE GALIB, redatores interinos) Próximo Texto: A doença da literatura Índice |
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