São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Egberto e Naná revivem disco histórico

MARISA ADÁN GIL
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de doze anos, o multi-instrumentista Egberto Gismonti e o percussionista Naná Vasconcelos voltam a tocar juntos.
O dois músicos fazem um show ao ar livre hoje no parque do Ibirapuera, acompanhados pela Orquestra Jazz Sinfônica, dentro do Kaiser Bock Winter Festival.
A dupla responsável pelo disco "Dança das Cabeças" (1976) -considerado um dos melhores da carreira de Gismonti- apresentou-se no Brasil uma única vez, em 1980, no Maracanazinho.
"Nunca entendi porque nós não tocamos aqui", diz Naná Vasconcelos. "Entre 76 e 84, fizemos o show de 'Dança das Cabeças' no mundo todo. Menos no Brasil".
Para o show no Ibirapuera, vão escolher entre o repertório dos quatro discos que gravaram juntos: além de "Dança das Cabeças", "Sol do Meio-Dia", "Saudades" e "Duas Vozes".
Tanto ele como Naná acreditam que poderão tocar composições novas. "Depois de doze anos, estamos mais tranquilos, mais maduros", diz o percussionista. "Coisas frescas devem aparecer."
Forrobodó
Nem todo o repertório foi definido com antecedência. A orquestra faz sozinha o número de abertura. Naná entra e toca três músicas: "Cortina", "Vozes" e "O Canto da Trayra Bóia".
Depois do dueto com Naná, Gismonti chama os músicos Zeca Assumpção (baixo) e Nando Carneiro (violão e teclados). Eles se juntam à orquestra em um repertório que deve incluir "Frevo" e "Infância".
No final, todos se reúnem para tocar "Forrobodó", faixa incluída no disco "Zig-Zag", lançado por Gismonti em 1995 na Europa.
"Zig-Zag" deve sair no Brasil em breve. Antes disso, Gismonti lança o álbum que gravou com a Orquestra Sinfônica da Lituânia.
No momento, compõe a trilha para a adaptação cinematográfica de Ruy Guerra para o livro "Estorvo", de Chico Buarque.
Zumbi
"Inclassificable" é o nome do disco que Naná acaba de lançar na Europa, acompanhado por Andy Sheppard e Steve Lodder.
Nos próximos meses, lança mais dois: "Rei dos Palmares, Zumbi em Forma de Sinfonia", com a Orquestra Sinfônica da Noruega, e um disco de forró, ainda sem nome.
Em 1995, Egberto fechou um acordo com a BMG para distribuição no Brasil de seus discos -que grava pelo selo norueguês ECM. O mercado, diz, não o preocupa.
"O que eu queria era ocupar o posto do meu tio Edgar, que era o mestre da banda na cidade do Carmo (RJ). Isso eu já consegui. O que vier agora é lucro."

Show: Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos e Orquestra Jazz Sinfônica
Quando: hoje, 11h
Onde: parque Ibirapuera
Preço: entrada franca

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