São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Equipe da PF vai rechecar as investigações

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A Polícia Federal começa hoje seu trabalho de checagem dos álibis e análise de eventuais contradições nos depoimentos no inquérito que apura a morte de PC e de sua namorada, Suzana Marcolino.
O delegado da PF de Brasília, Pedro Berwanger, chegou às 14h20 de ontem a Maceió com essa missão. Ele será ajudado por seis agentes, todos de Brasília.
Esses policiais e mais o grupo do legista Badan Palhares (veja quadro) fazem parte do esforço do governo federal para evitar suspeitas sobre a apuração do crime.
O procurador da República em Alagoas, Delson Lyra Fonseca, afirmou ontem à Agência Folha que a atividade da PF é importante porque será feita com "isenção".
"É preciso que esse trabalho de investigação seja feito por profissionais que não tenham uma idéia preestabelecida sobre o crime", afirmou Fonseca.
A chegada de Berwanger para participar das investigações foi a única notícia do dia que tirou um pouco da alegria do delegado que preside o inquérito, Cícero Torres, cada vez mais convencido da sua tese de crime passional.
"A PF vai fazer tudo que já fizemos. Ou eles pensam que nós acreditamos nos depoimentos sem nenhuma investigação de campo? Não temos nada contra, mas acho desnecessário o novo trabalho", afirmou Torres.
Os agentes federais vão interrogar pessoas mencionadas nos depoimentos, "nomes que parecem sem importância, mas que precisam ser checados", segundo o procurador Fonseca.
Entre esses nomes está o de "Alexandre", que foi citado no depoimento de Zélia Maciel como proprietário do terreno onde sua prima Suzana Marcolino teria praticado tiro ao alvo no último dia 14, quando ela comprou a suposta arma usada no crime.
"São detalhes que parecem bobos. Mas Zélia diz que é amiga do tal Alexandre. Podemos concluir que ele pode saber qual foi o real motivo que levou Suzana a comprar a arma", afirmou o representante do Ministério Público.
O superintendente da PF em Alagoas, Bergson Toledo, afirmou que uma reunião entre os delegados Berwanger e Torres, que aconteceria na noite de ontem, definiria as primeiras ações da equipe dos agentes federais de Brasília que passou a integrar as investigações.
Berwanger é conhecido no meio policial pelo apelido de "cão farejador". Ele chegou ao Brasil no último sábado, depois de fazer um curso de 30 dias no FBI, a polícia federal norte-americana.
Na equipe deslocada de Brasília para Maceió, existem membros do grupo que foi responsável pela identificação do autor do atentado a bomba ocorrido ano passado no Itamaraty.

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