São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Busca é feita na área errada, diz técnico

Corpos não são localizados

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM (PA)

"Esses peritos estão cavando no lugar errado", disse ontem em Marabá (PA) o técnico em agrimensura José Barbosa da Silva Filho.
Para Silva Filho, as escavações deveriam ser feitas próximas às estacas, que ele deixou como sinalização no terreno do DNER, em Marabá (PA). As escavações estão sendo feitas no meio do terreno.
Silva Filho é funcionário da Prefeitura de Marabá (500 km ao sul de Belém) e demarcou o terreno do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem).
Nesse terreno, a comissão de peritos argentinos enviada pelo Ministério da Justiça coordena escavações desde anteontem à procura de corpos de guerrilheiros do Araguaia, mortos pelo Exército em 1973, durante a ditadura militar.
Perito
"Estamos cavando segundo critérios científicos", disse o perito Luis Fondebrider. O técnico Silva Filho disse que fez seu trabalho com base nas informações de Manoel Leal Lima -o Vanu-, que foi guia do Exército.
Até ontem, os peritos fizeram cinco buracos, mas não encontraram nada além de restos de lixo e uma velha fossa desativada.
Em três buracos, os trabalhos já foram encerrados. Em um outro já começa a aparecer uma construção de duas paredes de cimento. "Ainda não podemos afirmar o que é", disse o perito, que proibiu fotos e filmagens das escavações.
Na iminência do fracasso nas escavações, os parentes de desaparecidos procuram novas testemunhas que possam apontar onde estariam enterrados os corpos.

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