São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Educação e saúde sofrem corte drástico

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O governo destinou para educação e saúde em 1995 o equivalente, em porcentagem, a pouco mais da metade do aplicado em 1950, diz estudo da Fundação Getúlio Vargas a ser divulgado este mês na revista "Conjuntura Econômica".
O autor do estudo, o economista Ib Teixeira, mostra que, há 46 anos, a União destinou 10,55% de suas verbas para investimentos em saúde e educação, contra 6,8% no ano passado. O estudo não incluiu pagamento de pessoal, como professores ou médicos.
Os maiores investimentos federais nessas áreas, segundo o estudo, ocorreram nos anos 70, quando, somadas, as duas chegaram a consumir uma média anual de 15% do Orçamento.
O ministro Paulo Renato Souza (Educação) declarou ontem, por meio de sua assessoria, que o maior problema não é fazer novos investimentos, mas manter a estrutura já existente funcionando.
Sem mencionar números, ele afirmou que, em sua pasta, a verba de investimento somada à de custeio cresceu em 95, em relação ao ano anterior.
O Ministério da Saúde foi procurado às 18h de ontem, mas, segundo sua assessoria de imprensa, só poderá se manifestar hoje.
Os números colocam o Brasil entre que menos investem nos dois setores em todo o mundo: a Coréia do Sul, um dos chamados "tigres asiáticos", gastou, em 95, 16,2% de seu Orçamento em educação.
"É óbvio que o aviltamento das verbas de educação e saúde está ligado ao violento processo de estatização da economia que o Brasil sofreu", disse Teixeira.
Segundo o economista, foi justamente a partir de 1950 que cresceu a participação do Estado na economia.

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