São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Suzana ligou para dentista três dias antes de morrer ARI CIPOLA ARI CIPOLA; JUCA VARELLA
JUCA VARELLA Suzana Marcolino fez quatro ligações para o celular do dentista Fernando Colleoni entre 23h29 e 23h37 do dia 20, três dias antes de seu corpo e o de PC Farias terem sido encontrados em Maceió. Ela estava em São Paulo naquela quinta-feira. Nesse dia, Suzana fez mais 11 ligações depois das 11h da manhã, todas para telefones celulares de São Paulo. Ela não fez nenhuma ligação para PC, que estava em Maceió, segundo a listagem oficial da Telasa (Telecomunicações de Alagoas). A lista está sendo analisada pelo procurador de Justiça Lean Antônio Ferreira de Araújo, designado para o caso. A relação contém cerca de 2.000 telefonemas dados ou recebidos pelos aparelhos que tiveram o sigilo quebrado. Suzana só telefonou para PC no dia 22, sexta-feira, às 20h32. Foram duas ligações seguidas, com 4 minutos e 42 segundos de conversa. Véspera do crime No sábado, véspera do crime, o celular de Suzana só registra duas ligações para o aparelho móvel de PC. As duas foram rápidas. A primeira foi de meio minuto, às 20h48. Às 20h54, ela voltou a ligar para PC. A lista registra o tempo de 1 minuto e 10 segundos. Consta dos depoimentos dos seguranças de PC que Suzana chegou à casa do empresário por volta das 21h30 da véspera do crime. Por isso, a polícia crê que as conversas dessas duas ligações possam estar relacionadas ao encontro. O procurador Araújo afirmou que Suzana telefonou cinco vezes para o celular do dentista na madrugada do dia 23. Duas delas não foram completadas, segundo ele, porque ela trocou os números. Em vez de discar o final 9191, discou 1919. Isso explica, segundo Araújo, o fato de só haver três ligações registradas na caixa postal do celular do dentista. Para o chefe do inquérito, delegado Cícero Torres, ela trocou os números "possivelmente porque estava alcoolizada". O procurador Araújo disse que a maior dificuldade de seu trabalho de compilação dos telefonemas está no fato de que apenas dois telefones, entre os 11, estão registrados nos nomes das pessoas que efetivamente os usavam. Um deles é o de Suzana, e o outro é de PC -uma linha convencional instalada em sua casa de Maceió. O telefone celular indicado pelo segurança Reinaldo Correia de Lima, que diz ter avisado Augusto Farias sobre as mortes na manhã de domingo, dia 23, também não está no nome dele. As duas linhas convencionais da casa de praia de PC também não estão no nome do empresário, segundo Araújo. 640 nomes A Telasa, segundo o procurador, enviou uma listagem com cerca de 640 nomes de proprietários de telefones. Entre eles estão pessoas que telefonaram ou receberam ligações das linhas que tiveram o sigilo quebrado. A agência Folha ligou ontem à tarde e confirmou o número do celular do dentista. Texto Anterior: Recepção calorosa Próximo Texto: É impossível definir autor do sussurro, diz técnico Índice |
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