São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Grupo leva óleo cancerígeno do metrô

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Moradores da favela Pára-Pedro, em Irajá (zona norte do Rio), invadiram uma subestação de energia desativada do metrô para furtar equipamentos e, ao violarem um transformador, deixaram vazar cem litros de óleo ascarel, que é cancerígeno.
Descoberto anteontem pelo Corpo de Bombeiros de Irajá, o vazamento deixou os favelados em pânico.
Muitos admitiram ter usado o ascarel. Os moradores disseram que fritaram comida com o óleo.
Sem saber o número de pessoas que podem ter se contaminado, os bombeiros pediram à associação de moradores para cadastrar os que tiveram contato com o ascarel.
Até o fim da tarde, 20 moradores tinham sido encaminhados para exame de sangue.
Devido ao arrombamento de outros transformadores do metrô na favela, também vazaram 40 mil litros de óleo mineral.
Segundo técnicos da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), este óleo não é perigoso.
Ontem, equipe da Feema providenciava a raspagem e retirada de terra onde o ascarel foi derramado. A terra deverá ser incinerada.
Embora a direção do metrô afirme que os equipamentos foram violados anteontem, quando sete rapazes armados renderam o segurança da subestação, o ascarel pode ter vazado há mais tempo.
O morador Marcos Salem disse que há seis meses um grupo de 30 favelados invadiu o local para roubar peças desativadas. O grupo teria violado dois transformadores.
Os primos Adenir e Cosme Jerônimo de Souza, 18, admitiram ter invadido o local há uma semana. Adenir disse que eles encheram latas com ascarel. Quanto voltavam à favela, tropeçaram e derramaram óleo sobre os corpos. Adenir disse que sentiu tonteiras.

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