São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Rio já registrou outros três vazamentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em agosto de 88, a captação de água do rio Paraíba do Sul -que abastece o Grande Rio- chegou a ser interrompida durante 20 horas.
Foi o tempo necessário -segundo as autoridades à época- para que passasse uma mancha de aproximadamente 150 litros de ascarel despejados no rio pela fundição Thyssen, no município de Barra do Piraí (RJ).
Em maio de 87, cerca de mil litros de ascarel vazaram por causa de uma explosão de transformadores da subestação de energia de Furnas Centrais Elétricas no Grajaú.
Pelo menos 140 funcionários teriam se intoxicado -cinco com gravidade.
O acidente só foi revelado cinco meses depois, pela Folha.
O próprio metrô já foi vítima. A Feema (Fundação Estadual de Meio Ambiente) registra um vazamento, em 88, na estação de Tomaz Coelho (zona norte), por causa de assaltantes.
Sorte
Quanto ao vazamento de anteontem, o comandante do Corpo de Bombeiros de Irajá, major Ward de Souza Gusmão, disse que a sorte é que moradores não queimaram o ascarel, pois os gases desprendidos são muito tóxicos.
Ele afirmou que os vazamentos do óleo mineral e do ascarel foram descobertos por acaso, quando bombeiros foram combater um incêndio em uma árvore dentro da subestação. Um morador contou que um óleo estava vazando no local.
No local do acidente havia quatro transformadores desativados no local -dois deles contendo um total de 400 litros de ascarel.
O óleo é utilizado como material isolante.
Sua produção, uso e comercialização foram proibidos no país desde 1981.
A legislação permite que os equipamentos fabricados antes de 81 continuem em uso até o final da vida útil. A direção do metrô afirmou que a empresa não estava infringindo a lei.
O metrô enviou os transformadores violados para um depósito na Ilha do Governador (zona norte do Rio). O ascarel será incinerado. O óleo mineral foi drenado ontem pelos bombeiros.

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