São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Professor recorre ao comércio
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA O professor e bacharel em meteorologia Julito Junior Sousa, 45, lecionou matemática durante dez anos em duas escolas estaduais.Há três anos, pediu demissão e resolveu vender carne em um mercado público de João Pessoa. Montou um pequeno açougue, que depois vendeu. Com o dinheiro, instalou um depósito de material de construção no quintal de sua casa. Ganha por mês entre quatro e cinco salários mínimos. Nos finais de semana, continua vendendo carne na feira. Sousa disse que não se arrepende de ter trocado a escola pela feira. Na mesma situação está José Edu de Queiroga, 36. Ele é professor de geografia à noite em uma escola estadual e ganha R$ 181. Durante o dia, trabalha por conta própria para complementar a renda familiar. É vendedor de carne e galinha no mercado de Mangabeira e ganha três vezes mais. Jocelino Eufrasino de Sousa, 38, é diretor de uma escola e ganha R$ 288 por mês. É professor há 14 anos. Sua mulher, Severina Alvarenga Rodrigues, é professora há 20 anos e ganha R$ 223. O casal tem uma renda de R$ 511. Paga R$ 120 de aluguel e fica com R$ 391 para as despesas com alimentação, educação dos dois filhos, saúde e transporte. "Como trabalho à noite, tenho o dia livre para trabalhar como pedreiro ou marceneiro, enquanto a mulher fica em casa, cuidando das crianças", disse Eufrasino. Texto Anterior: 'Meu salário não dá para nada' Próximo Texto: Baixa remuneração causa saída Índice |
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