São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Skank lidera volta do reggae nacional "Samba Poconé" é novo CD dos mineiros MARISA ADÁN GIL
Nos próximos dois meses, lançamentos do Cidade Negra e Paralamas completam o pacote. Por enquanto, as rádios ensaiam a retomada tocando "Garota Nacional", do Skank. "É a letra mais explícita do Skank", diz Samuel Rosa, vocalista e guitarrista da banda mineira. É também o primeiro hit de "Samba Poconé". O terceiro disco do grupo carrega o peso da vendagem de seu antecessor: "Calango" superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas. "Estamos sentindo na pele a responsabilidade de ser a prioridade da gravadora", diz Samuel. O vocalista não acredita, porém, que o sucesso do Skank -e do reggae- tenha sido um modismo. "O reggae foi assimilado. Veio se contrapor à agressividade do rock atual. O público quer melodia, show que tenha mulher." Charanga Ser prioridade tem suas vantagens. Em "Samba Poconé", o grupo experimentou à vontade. Chamaram naipe de metais, percussionistas e um sanfoneiro. Convidaram também um velho amigo: Manu Chao, líder do grupo francês Mano Negra. As mixagens foram feitas em Nova York, por Michael Fossenkemper, que tem no currículo White Zombie e Madonna. "Ficou um som mais gordo", diz Henrique Portugal, tecladista. Nas letras, a novidade é uma parceria com Nando Reis, dos Titãs. "É uma Partida de Futebol" tem clima de final de campeonato. "Imitamos até a charanga da torcida organizada", diz Haroldo Ferretti, baterista. Portunhol Além de virarem tema de novela das oito da Globo, os sem-terra agora são pop. No disco do Skank, ganharam um tratamento bem-humorado de Chico Amaral -parceiro de Samuel Rosa na maioria das canções. "O Chico fala do movimento de uma maneira cinematográfica", diz Samuel. "Acho que a constatação do problema já é um ponto de partida", afirma o vocalista. Talvez a faixa mais divertida seja "Los Pretos", a primeira música do grupo em portunhol. "É engraçado falar da cultura negra em espanhol", diz Samuel. Em todo o disco, riffs de rock dos anos 50 se misturam às batidas reggae. "Fizemos isso de propósito", diz Samuel. "Nosso lado rock'n'roll estava recalcado. Achávamos que não ficava bem." Poconé O nome do disco, dizem, não tem nenhum sentido oculto. "Não queremos lançar nenhuma nova estética", diz Samuel. "Fomos pela sonoridade". Segundo ele, Poconé é uma cidade próxima a Cuiabá, com um clima de faroeste. A turnê de "Samba Poconé" começa neste mês. Por enquanto, porém, vão tocar apenas em cidades do interior de São Paulo e Rio. Só devem chegar às capitais por volta de outubro. Texto Anterior: Centenário de Brecht pode ter encenação de 'A Medida' Próximo Texto: Disco acerta com futebol, forró e riffs de rockabilly Índice |
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