São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Disco é atemporal
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Sobrevive, 25 anos depois, para além da militância política e existe independentemente dela. Se o tom de lamento triste pela ausência de Caetano e Gil hoje é mera lembrança, a melancolia faz sentido por si e traduz uma intérprete no ápice da emoção e da paixão por sua arte. "Antonico", o primor de tristeza "Assum Preto", "Fruta Gogóia", "Como 2 e 2" ou "Vapor Barato" (recém-alçada ao hype pelo filme "Terra Estrangeira", embora com arranjo maquiado) exacerbam imperfeições técnicas -e há muitas- e impõem-se atemporais. "Dê um Rolê" e "Bota a Mão nas Cadeiras" mostram que o Brasil também era rock'n'roll, no melhor sentido do termo. E Gal revela-se jovem sábia ao valorizar Roberto e Erasmo, cravando na história, com "Sua Estupidez", a mais bela e triste das gravações da dupla e uma das mais pungentes gravações brasileiras desde sempre. Depois, Gal só fez crescer em técnica e decrescer em emoção -como acontece, aliás, com todo mundo. Seja como for, deixou à posteridade um disco perfeito. É hora de aproveitar. (PAS) Texto Anterior: Gal diz que quer gravar outro CD ao vivo Próximo Texto: "FATAL" SEGUNDO GAL COSTA Índice |
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