São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Cenários

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Com dois anos de Plano Real, muitos cenários foram traçados para a economia do país. A seguir, esta coluna oferece aos leitores um cenário sobre temas políticos:
1) Reeleição - o tema mais latente do governo FHC ficará aguardando o principal momento para ressurgir com força total. O mais provável é que isso ocorra logo depois das eleições municipais de outubro;
2) Eleições municipais - há muito nervosismo dentro das hostes tucanas a respeito do desempenho de seus principais candidatos. A esperança maior é que o efeito positivo do reaquecimento da economia já esteja sendo sentido pelos eleitores em outubro. Hoje, ninguém aposta cegamente nessa possibilidade;
3) José Serra - é a principal arma tucana para tentar vender a imagem de vitória eleitoral. Isto é, se Serra vencer. O projeto tucano para as eleições de outubro, para FHC, passa necessariamente por uma vitória do ex-ministro. Hoje, há dúvidas reais sobre o desempenho de Serra. Mas ainda é cedo para fazer previsões peremptórias;
4) Reforma ministerial - continua em pauta, e só deve ser efetivada mesmo depois das eleições. Hoje, quem fizer uma bolsa de ministros, na base do quem entra e quem sai, estará apenas chutando;
5) Recomposição da base - embora seja sempre possível citar quais são os ministros mais e os menos cotados, a decisão de FHC sobre demissões dependerá de dois fatores: eleições municipais e estoque de reformas constitucionais não-votadas que ficar para o ano que vem. Isso determinará a nova composição de forças ideal para FHC governar;
6) Intrigas - a saída de José Serra diminuiu um pouco o nível de fofocas dentro da Esplanada dos Ministérios. Mas o efeito foi quase anulado pela proximidade da reforma ministerial do final do ano. É cada vez maior o número de ministros falando mal dos colegas.
Assim anda o governo FHC.

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