São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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O quarto bloco

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Talvez FHC esteja certo. Talvez a América Latina, que ele vê como um dos quatro grandes blocos econômicos do próximo século, liderado pelo Brasil, como deixou escapar semanas atrás, seja o mercado do futuro.
A disputa pelo mercado de televisão de informação, certamente, está começando por aqui. CNN, CBS, NBC, todas têm canais de notícias em espanhol, voltados para a região. E Rupert Murdoch, da Fox e recém-associado à Globo, vai lançar o seu.
O que começou com poucas horas na CNN, então em acordo com a mexicana Televisa, cresce para quatro canais exclusivos, sustentados por quatro das maiores redes de televisão dos EUA.
Em plena concorrência, a CNN anunciava ontem com orgulho a "perspectiva global" que implantou e usava o entrevistador Larry King chamando "San Paulo, Brazil" como sinal da atenção dada à América Latina.
Por outro lado, a CBS Telenotícias entrevistou longamente o "subcomandante Marcos" e esforçou-se por aparentar boa vontade com as causas latino-americanas. (No intervalo, um comercial da "Newsweek", agora com edição em espanhol.)
O impacto de tamanho avanço sobre a América Latina é o mais amplo, não sendo difícil prever -e já notar- diferenças de direcionamento de cobertura, com maior atenção ao que é de interesse norte-americano.
Por outro lado, a América Latina é levada a outras partes, por conta. Na cobertura de ontem da CNN em espanhol, para a eleição russa, o interesse maior foi a relação do novo governo com os países latino-americanos.
O que resultou, no ministério do exterior, em observações como "o café brasileiro está dando um toque latino a Moscou". Ou, mais consistente, que "o Mercosul é um dos processos (de integração) que têm mais perspectiva" e mais interessa à Rússia.
Talvez FHC esteja certo.

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