São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Polícia identifica perseguidor de Suzana

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil paulista localizou na noite de anteontem o detetive Luís Carlos do Nascimento, pago para perseguir Suzana Marcolino quando ela esteve em São Paulo dias antes de morrer ao lado de PC Farias em Maceió. A morte dos dois ocorreu no último dia 23 de junho.
Nascimento deveria seguir Suzana na quinta, sexta e sábado anteriores ao crime, mas ela embarcou para Alagoas no sábado.
Ele foi pago pelo detetive Alceu Guimarães para fazer o serviço. Guimarães havia sido contratado pelo amigo de PC Farias Caio Ferraz, pelo preço de R$ 1.500 por três dias de trabalho.
A equipe do delegado Naief Saad Neto localizou Nascimento após dois dias de campana em frente à casa de sua mãe, na cidade de Osasco, na região metropolitana de São Paulo. Ele não quis depor quando foi localizado.
Os investigadores conversaram pouco com o detetive, que comprometeu-se a depor hoje no 30º Distrito Policial do Tatuapé.
Nascimento disse que, devido à sua religião -adventista, segundo os investigadores- não assiste televisão e por isso não soube do depoimento do detetive Alceu Guimarães, que o contratou.
Contradições
Nascimento disse que perseguiu sozinho a namorada de PC Farias, o que contraria o depoimento de Guimarães, que afirmou ter contratado, além dele, um outro detetive, chamado "Toninho".
Os investigadores pretendem esclarecer hoje uma dúvida que surgiu depois da conversa com o detetive. Ele disse que Suzana foi a um restaurante conduzida por um rádio-táxi, mas a informação que eles tinham até então era a de que o dentista Fernando Colleoni a levou para jantar em seu carro.
Nascimento responde a dois processos por receptação, mas apenas um deles tornou-se inquérito policial.
Apesar disso, o delegado Naief Saad Neto disse que ele não tem motivo para se preocupar. "Ele foi pago como um profissional. Dar esse depoimento não piora em nada a sua situação", afirmou.
Saad Neto disse ontem à Folha que não realizará mais investigações referentes à estadia de Suzana Marcolino em São Paulo na semana anterior à sua morte.
Anteontem, entretanto, disse que alguns detalhes ainda poderiam ser investigados. Uma pessoa que poderia dar muitos esclarecimentos, segundo o delegado, é o motorista de PC Farias em São Paulo, Valdir. Outra é a tia de Suzana, Maria José Rosembaum, que a acompanhou em vários locais onde ela esteve na cidade.

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