São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Sargento ficou 11 anos na Rota

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O sargento da PM José Carlos Tavares de Souza, morto ontem, estava na corporação havia 19 anos -desses, 11 na Rota.
Ele ganhava R$ 890. Estudou até a 8ª série. Era casado com Edna Tavares de Souza, estudante de psicologia.
Teve quatro filhos, dois meninos e duas meninas, com idades entre 10 e 14 anos.
"Ele chegou a alertar a mulher de que um dia poderia sair para o trabalho e não voltar mais para casa", disse um cunhado do sargento, que não se identificou.
O mesmo cunhado afirmou que o sargento sempre falava sobre os riscos que corria, embora nunca tivesse sido ferido em operações.
Vinte e quatro horas antes de ser morto, ele estava de folga e passou o dia com os filhos. Foram a um parque e jogaram bola.
A família recebeu a notícia da morte por volta das 12h. As crianças entraram em estado de choque e precisaram ser medicadas.
"Ele só morreu porque preocupou-se com a vida da refém", afirmou o tenente Augusto da Silva Pereira, 30, do 18º BPM.
Segundo o tenente, Tavares de Souza chegou a ficar a menos de dois metros do carro em que estavam assaltante e reféns.
"Ele só não atirou porque a senhora estava sendo agarrada pelo bandido. Ele temeu atingi-la. Num instante de dúvida, foi morto."
(RF)

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