São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996 |
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Sargento ficou 11 anos na Rota
RICARDO FELTRIN
Ele ganhava R$ 890. Estudou até a 8ª série. Era casado com Edna Tavares de Souza, estudante de psicologia. Teve quatro filhos, dois meninos e duas meninas, com idades entre 10 e 14 anos. "Ele chegou a alertar a mulher de que um dia poderia sair para o trabalho e não voltar mais para casa", disse um cunhado do sargento, que não se identificou. O mesmo cunhado afirmou que o sargento sempre falava sobre os riscos que corria, embora nunca tivesse sido ferido em operações. Vinte e quatro horas antes de ser morto, ele estava de folga e passou o dia com os filhos. Foram a um parque e jogaram bola. A família recebeu a notícia da morte por volta das 12h. As crianças entraram em estado de choque e precisaram ser medicadas. "Ele só morreu porque preocupou-se com a vida da refém", afirmou o tenente Augusto da Silva Pereira, 30, do 18º BPM. Segundo o tenente, Tavares de Souza chegou a ficar a menos de dois metros do carro em que estavam assaltante e reféns. "Ele só não atirou porque a senhora estava sendo agarrada pelo bandido. Ele temeu atingi-la. Num instante de dúvida, foi morto." (RF) Texto Anterior: Mulher era bacharel em direito Próximo Texto: Ação em 95 matou 2 reféns Índice |
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