São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Promotor do jogo do bicho faz pedido de afastamento

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Camilo Pileggi, que estava investigando a suposta ligação da cúpula da polícia de São Paulo com o jogo do bicho, pediu afastamento de seu cargo no Centro de Análise e Integração no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual.
O pedido foi aceito pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Luiz Antonio Guimarães Marrey, que negou ontem que tenha pressionado o afastamento do promotor Pileggi.
"O pedido de desligamento do grupo de combate ao crime organizado partiu do promotor Pileggi", disse o procurador-geral.
Pileggi apurava suposta ligação baseado em uma fita de vídeo que mostra almoços com a participação de comandantes da PM, delegados e pessoas ligadas ao jogo do bicho em São Paulo.
As fitas foram gravadas entre os dias 29 de abril e 29 de maio.
PMs afastados
Seis comandantes da PM identificados na fita chegaram a ser afastados de suas funções. O investigação apontou também um ex-corregedor da Polícia Civil, um ex-procurador e um ex-governador de São Paulo.
Em ofício encaminhado ao procurador-geral no último dia 25, Pileggi afirma que as imagens reveladas pela fita "demonstraram que havia, em tese, infração à lei de improbidade administrativa e não a existência de crime."
O promotor continua o ofício dizendo que não tinha intenção, naquele momento, de divulgar a investigação que conduzia e afirma não saber como a notícia "vazou".
Termina o ofício dizendo: "Ante este quadro, entendo que melhor serviço presto à instituição afastando-me do grupo."
Camilo Pileggi, que trabalhava desde fevereiro de 1995 no órgão responsável pela apuração das atividades do crime organizado em São Paulo, voltará a exercer suas funções no Fórum de Santana (zona norte de SP).

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