São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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"Provão" exige formação abrangente

FERNANDO ROSSETTI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Os alunos de último ano dos cursos de graduação em administração, direito e engenharia civil deverão ter, no mínimo, uma formação abrangente para tirarem notas boas no Exame Nacional de Curso, que será promovido pelo MEC (Ministério da Educação) em outubro e novembro deste ano.
As provas exigirão desde uma "sólida formação básica" até "capacidade de análise crítica", segundo os critérios estabelecidos nos relatórios recém-concluídos pelas três comissões nomeadas em maio pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
Compostas por especialistas de cada área, as três comissões elaboraram relatórios onde, primeiro, traçam o perfil e as habilidades que um aluno deveria ter ao concluir o curso e, segundo, estabelecem os conteúdos que devem ser abordados pela prova (leia quadro).
O Exame Nacional de Curso -ou "provão", como vem sendo chamado- foi estabelecido em novembro passado pela lei 9.131. Visa, segundo o MEC, contribuir para a melhoria da qualidade e eficiência das atividades de ensino, pesquisa e extensão de faculdades e universidades.
Participação obrigatória
A participação no exame é obrigatória para todos os alunos que estejam no último semestre dos cursos examinados no ano.
Só quem fizer o exame receberá diploma, embora nele não constem as notas que o aluno tirou.
O ministério divulgará notas médias de desempenho por instituição -o que formará uma espécie de ranking das melhores escolas por área.
Os alunos receberão pelo correio um documento oficial com a nota que tiraram. Esse documento poderá se tornar, no futuro, uma espécie de segundo diploma, que as empresas poderão exigir ao contratar um funcionário.
No primeiro semestre do ano que vem serão examinados os cursos de engenharia civil, medicina veterinária e odontologia.
As provas deste ano serão elaboradas em agosto, por entidades selecionadas pelo MEC.
Administração
Segundo a comissão da área de administração, o formando deve ter "valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional". A comissão também exige "sólida formação humanística, técnica e científica".
As habilidades exigidas são: comunicação e expressão, raciocínio lógico, crítico e analítico, visão sistêmica e estratégica, criatividade e iniciativa, liderança e capacidade de trabalho em equipe.
Direito
O perfil do formando em direito prevê "sólida formação humanística", senso ético-profissional, capacidade de apreensão, transmissão crítica e produção criativa do direito e visão atualizada do mundo -entre outras características.
Além disso, o novo advogado deverá ter "capacidade de julgar e tomar decisões", segundo o relatório da comissão.
A comissão do curso de direito exigiu, no relatório, que ela se reúna com a entidade que for selecionada para confeccionar a prova -"para preservar o sentido de suas recomendações".
Engenharia civil
Já o perfil traçado para o engenheiro civil prescreve "sólida formação básica" aliada a uma "formação generalista nas diversas áreas da engenharia civil".
É também destacado que o engenheiro civil deve ter "capacidade de utilização da informática como instrumento do exercício da profissão".

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