São Paulo, sexta-feira, 5 de julho de 1996
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Atacantes são piores no teste físico

Time é dividido em 3 grupos

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Os atacantes Ronaldo e Luizão e o zagueiro Aldair tiveram o pior desempenho nos testes físicos realizados por 12 jogadores da seleção brasileira olímpica de futebol.
O resultado os fez treinar ontem num grupo ao lado dos goleiros Dida e Danrlei, que não foram submetidos a teste porque são considerados, antecipadamente, os atletas com pior preparo físico.
Os melhores na avaliação foram Rivaldo, Juninho, Zé Elias, Flávio Conceição e André.
Tiveram desempenho intermediário Roberto Carlos, Amaral, Narciso e Ronaldo Guiaro.
A diferença da condição física fez com que a seleção fosse dividida em três grupos, com programas diferentes de exercícios.
Índices
A média do limiar anaeróbio do time foi de 14 km/h. O limiar anaeróbio é a velocidade máxima que um atleta mantém em meia distância sem entrar em exaustão.
Se ele corre além de suas possibilidades, passa a produzir ácido lático excessivamente.
Exame realizado depois de quatro corridas de 1.000 m (a 12 km/h, 14 km/h, 16 km/h e 18 km/h) mede a presença de ácido lático no sangue, que é recolhido numa orelha.
Outra informação utilizada na definição do limiar anaeróbio é a da frequência cardíaca. Na corrida a 18 km/h, houve um jogador com 200 batimentos por minuto.
A menor frequência registrada foi de 150 por minuto, mostrando excelente condicionamento.
A frequência é registrada a cada 5 segundos por um "relógio" que os atletas levam no pulso.
Depois, o aparelho é conectado a um computador, que registra os dados, compondo um gráfico com a evolução do ritmo cardíaco.
Os preparadores físicos se recusaram a divulgar resultados individuais, mas os desempenhos foram revelados pela divisão dos grupos.
No conjunto, o rendimento foi considerado bom.
No começo da preparação para o Pré-Olímpico de abril, o limiar anaeróbio médio foi de 13 km/h -1 km/h a menos do que agora.
Meta
O preparador físico Luiz Carlos Prima disse que o objetivo é chegar a uma média entre 15 km/h e 16 km/h na Olimpíada.
A seleção campeã mundial em 94 registrou média superior a 15 km/h no começo dos treinos.
Os resultados não podem ser comparados porque aquele teste foi realizado em esteira e pelas vias respiratórias -máscara media o consumo de oxigênio.
Agora, o limiar é avaliado pela presença de ácido lático no sangue e a corrida é feita em campo aberto. Os resultados com o método de 94, usado por clubes como o São Paulo, costumam ser superiores aos obtidos com o sistema atual.

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