São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Capital especulativo retorna ao México

"Efeito tequila" não assusta mais AL

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os fundos norte-americanos voltaram a investir no mercado financeiro mexicano e o "efeito tequila" parece se evaporar, deixando de assustar a América Latina.
O capital especulativo volta a invadir em silêncio as Bolsas da região e os mercados de títulos governamentais, proporcionando um novo "boom" semelhante ao vivido no início dos anos 90.
Segundo o jornal "The New York Times", entraram no mercado financeiro mexicano nos três primeiros meses deste ano US$ 2 bilhões, frente à saída de US$ 8 bilhões no mesmo período de 95.
O movimento traz tranquilidade à toda a América Latina, pois temia-se que a fuga de capitais iniciada com a crise mexicana de 94 se espalhasse pela região, colocando em risco planos econômicos de diversos países, inclusive o brasileiro. Era o chamado "efeito tequila", que não mais assusta, segundo o "The New York Times".
Fim da recessão
O capital especulativo volta ao mercado mexicano pois avalia-se que o país está deixando a recessão, o peso se firmou novamente e a inflação está menor.
Os conflitos zapatistas no Estado de Chiapas também se acalmaram e dos US$ 10,5 bilhões emprestados ao país pelos EUA (no total de US$ 50 bilhões foram enviados ao México em 95 por diversos países para evitar o colapso econômico), mais da metade já está sendo paga.
Nos primeiros três meses do ano, o Produto Interno Bruto mexicano voltou a crescer, 2,2% na comparação com o trimestre anterior. Em 95, o PIB caiu 6,9%, mas para 96 estima-se crescimento de 3%.
O peso, que sofreu drástica desvalorização com a crise, passando de 3,40 por US$ 1 em dezembro de 94 para 8,30 no ano passado, volta a patamares de 7,60 por US$ 1.
A inflação anual mexicana, que chegou a 52% em 95, é estimada em 22% este ano. Com isso, o valor das ações na Bolsa de Valores do México já subiu 14% este ano, na média, graças, em grande parte, ao capital especulativa estrangeiro.
"Nós estamos enfatizando investimentos na América Latina pois há uma incrível mudança nas políticas econômicas locais. Há preocupação em deixar o mercado livre, privatizações são realizadas e os gastos governamentais estão sendo cortados", diz Mark Mobius, presidente do fundo norte-americano Templeton para Mercados Emergentes, que gerencia US$ 8,9 bilhões.
Também o fundo norte-americano Montgomery, com US$ 2,1 bilhões de 46 mil investidores individuais e institucionais, voltou a investir no México.
Nos dois últimos anos, US$ 170 milhões foram retirados da Bolsa de Valores mexicana pelo fundo.

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