São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Mudanças

SÍLVIO LANCELLOTTI

Evidentemente, não foi só no distante Brasil que a recém-finada Eurocopa provocou desalento. Lá mesmo, no Velho Continente, logo se multiplicaram as reações de pesar pela falta de luz do futebol do torneio.
Importantes personagens da cúpula da bola concordam que os excessos táticos dos treinadores estão sufocando os craques de talento e habilidade.
Nos jornais estrangeiros, por telefone e pela Internet, esta coluna pescou um punhado de opiniões cruciais.
Incrível. Diferem pouquíssimo os raciocínios de Joseph Blatter, Egidius Braun, Michel Platini, Fabio Capello e o nosso ministro Pelé.
Com variações insignificantes de aplicação, todos querem uma revolução na regra atual do impedimento. Platini e Pelé pedem a sua abolição dentro da grande área. Braun e Capello sugerem a marcação apenas nos últimos 30 metros. Blatter eliminaria o impedimento nos lançamentos da defesa.
Outro ponto crucial do debate: as infrações de objetivos estratégicos, aquelas cometidas nas imediações do meio-campo com a intenção de quebrar o ritmo e a moral dos adversários.
Braun e Pelé se unem numa idéia já testada no Brasil e defendida pelo napolitano Alberto Helena Jr.: depois de um certo número de faltas, a substituição do jogador e a cobrança de um tiro livre, direto, sem barreira, na linha da grande área.
Aliás, todos concordam com o fim da barreira, com a proibição do carrinho invariavelmente criminoso -e, curiosamente, com a cobrança dos arremessos laterais com os pés. Blatter ainda pensa na possibilidade da introdução nas regras de um miniescanteio, batido da marca da grande área, sempre que a bola sair à linha de fundo dentro do seu espaço.
Surpreendentemente audacioso, Blatter também pretende o fim das prorrogações: "Está provado que elas são inutilmente desgastantes".

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