São Paulo, domingo, 7 de julho de 1996
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Indução a erro; Correção; Data correta; Espelho; Situação a considerar; Decisão acertada; Dúvida

Indução a erro
"Na qualidade de procurador da empresa Alpha Park Estacionamentos S/C Ltda: em 12/6 a Folha fez publicar em primeira página fotografia com o anúncio da nossa constituinte, localizado em frente ao Shopping Plaza Osasco, fazendo alusão à tragédia ocorrida naquele centro comercial.
A mencionada publicação induz os leitores e o público em geral ao erro, além de prejudicar a imagem da empresa Alpha Park, uma vez que é sociedade civil totalmente diferente da administradora do referido shopping e/ou da construtora responsável pela construção do mesmo.
A nossa constituinte foi contratada pela administradora do shopping apenas para administrar o seu estacionamento. Na qualidade de administradora do estacionamento, nossa constituinte mantém contrato de seguro contra roubo e incêndio para os seus usuários.
Tomando-se em conta que a responsabilidade pela inesquecível tragédia não tem qualquer ligação com a nossa constituinte, a fotografia acabou por induzir ao erro e engano os leitores e o público em geral. Entendemos também a existência do dano moral e à imagem de nossa constituinte, que foi prejudicada por publicação que denegriu injustamente a sua personalidade."
Paulo José I. Morais, advogado (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A identificação da foto esclarece tratar-se de placa do estacionamento do shopping e o texto que a acompanha deixa claro que a administradora do shopping é outra empresa. A foto retrata o próprio estacionamento como vítima da tragédia, em meio a escombros, e com sua atividade comercial prejudicada.

Correção
"Em virtude de um lamentável equívoco, quatro dos índices apresentados no anúncio da campanha de dois anos do Real, assinada pelo Banco Central do Brasil, não correspondem à realidade. O erro verificou-se durante o processo de produção de arte-final e fotolito do anúncio, cujo texto, até então demonstrativo, ainda não incluía os números definitivos.
Como o objetivo de nossa comunicação tem sido o de zelar para que a verdade seja sempre respeitada, e até mesmo porque o Real nunca precisou de inverdades ou adulterações de números para demonstrar o seu êxito, tão logo percebemos essa falha comunicamos à imprensa.
Solicitamos a retificação desses índices na prestigiosa seção 'Painel do Leitor'. Assim, os índices corretos relativos ao aumento de consumo de 1994 para 1995 são os seguintes: feijão, 1,4%; carne, 4,5%; frango, 16,7%; ovos, 16,4% (fonte: Conab/IBGE)."
Gilberto Lopes, diretor de mídia da Denison Rio Comunicação de Marketing (Rio de Janeiro, RJ)

Data correta
"Em sua edição de 4/7 a Folha, na reportagem 'Prefeito acusa Serra de infringir a lei', usa uma foto de arquivo como se fosse do dia e na identificação dá uma informação errada ao leitor.
Como está no crédito, a foto de Celso Pitta junto ao prefeito Paulo Maluf é do dia 22 de maio, quando Pitta ocupava a Secretaria de Finanças e ainda não era candidato a prefeito.
O erro induz o leitor a imaginar que o candidato infringiu a lei, o que é desmentido no texto da página 8 e na foto que a Folha publica na primeira página, mostrando Pitta fora do palanque, no meio do povo."
José Fernando Lefcadito, assessor de imprensa do candidato Celso Pitta -coligação PPB-PFL (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A indicação da data da foto está em local padrão deste jornal, no alto da foto, à direita.

Espelho
"A fragorosa derrota eleitoral do governo Menem alerta-nos para o inevitável 'efeito orlof' que vem por aí.
O Plano Cavallo reelegeu Carlos Menem, mas hoje produtor de desemprego, miséria e recessão só podia dar esse resultado na urna.
O nosso risonho imperador que se cuide, o Plano Real, cópia do Plano Cavallo, pelo visto não vai dar nem para a reeleição."
Oswaldo Catan (São Paulo, SP)
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"Com tantos dados econômicos divulgados, jornalistas, economistas e colaboradores da Folha deixaram de dar, na edição de 30/6, alguns números que são responsáveis diretos por falências, concordatas, inadimplências e desempregos.
Nestes 24 meses de Plano Real tivemos acumulados em cheque especial 1.572%, e empréstimos para empresas, 681%, contra uma TR de 60% aproximadamente. Como o estupro, sequestro e as drogas, podemos colocar essas taxas como crime hediondo."
Amércio Ferreira (Maringá, PR)

Situação a considerar
"Causa-me desconforto verificar que somente os deficientes físicos estarão liberados de cumprir o rodízio de carros. Sou mãe de um menino de oito anos, deficiente auditivo e mental. Moro no bairro de Pinheiros e, diariamente, desloco-me até o Brooklin para levá-lo à sua clínica.
Meu filho tem graves distúrbios comportamentais e dificuldades de comunicação, que se somam a convulsões frequentes.
Essas dificuldades restringem minhas alternativas. O transporte por ônibus ou por táxi não me são possíveis, pois, além dos problemas que meu filho apresenta, deparo-me com as dificuldades das pessoas que convivem mal com as diferenças, muitas vezes não aceitando transportá-lo.
Sugiro que situações como essa sejam reconsideradas."
Marta Midori Yoshijima (São Paulo, SP)

Decisão acertada
"Como restaurador dedicado à preservação de pinturas dou 'vivas' ao prefeito de Congonhas do Campo, Gualter Monteiro, por sua sábia visão de que os tesouros do Aleijadinho devem ser vistos 'in situ', como queria o grande mestre, e não nas vizinhanças dos Champs Elysées."
Laurent Sozzani, restaurador de pinturas (São Paulo, SP)

Dúvida
"Se o Estado brasileiro fosse realmente forte, certamente conseguiria recuperar o enorme volume de dinheiro que os esquemas montados tiraram da nação, a começar de PC Farias, empreiteiras, usineiros, sem falar na injeção astronômica de numerário para cobrir o rombo do sistema financeiro.
Se apenas parcela fosse recuperada, haveria tanta sede de retornar o imposto sobre o cheque?"
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

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