São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rossi diz desistir se Serra passar de 4º

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo, Francisco Rossi, disse ontem que abandonará a política se seu concorrente José Serra, candidato do PSDB, não terminar a eleição em quarto lugar e com percentual de apenas um dígito.
"Se isso não acontecer, eu declaro aqui e assino embaixo: vou embora para casa e nunca mais faço política na minha vida porque eu desaprendi tudo", afirmou.
Rossi fez a previsão após soprar as 12 velas (número de campanha do partido) de seu bolo de aniversário. Ele completou ontem 56 anos.
Sua mulher, Ana Maria, 48, organizou uma festa, à base de frios, sanduíches e refrigerantes, no comitê de Rossi na rua República do Líbano (zona sul).
Antes de comer o bolo, Rossi e cerca de 80 convidados fizeram silêncio para ouvir a prece do pastor evangélico Vanderley Antonio Amaral, de Osasco.
'Apoteose mental'
Rossi agradeceu a festa e, rindo, pediu que quem quisesse presenteá-lo o fizesse à parte e em dinheiro para a campanha.
O candidato do PDT deu gargalhadas ao opinar sobre a afirmação de Serra de que existiria "um acordo implícito de não-agressão" entre Celso Pitta (PPB) e Luiza Erundina (PT), candidatos à Prefeitura de São Paulo.
"É uma tremenda fantasia, elucubração e até um processo de apoteose mental ficar imaginando acordo entre Maluf e Erundina", disse Rossi.
"Eu acho que o Serra vai ter que inventar muitas historinhas assim para tentar se promover, mas a grande verdade é que sua candidatura já era."
'Marionete'
Rossi afirmou que Pitta "crescerá, em um primeiro momento," e, depois, "patinará".
"O difícil para ele será reter os votos transferidos pelo Maluf. Quando começar o horário gratuito na TV (2 de agosto), ficará claro que ele é uma marionete, um boneco que o Maluf pegou e colocou na berlinda."
Rossi disse que o lema inscrito na bandeira de São Paulo (símbolo da campanha de Pitta) é: "Não sou conduzido, conduzo."
A assessoria de Rossi distribuiu ontem a primeira edição do jornal de campanha, um tablóide de oito páginas em quatro cores intitulado "A Verdade". O jornal será quinzenal, com 1 milhão de exemplares de tiragem, segundo a assessoria.
Rossi afirma que espera arrecadar, no mínimo, R$ 1,5 milhão em seu próximo jantar de adesões.
O candidato passou a manhã de ontem no comitê da avenida Indianópolis (zona sul), tirando fotos com candidatos a vereador e prefeito do interior do Estado.

Texto Anterior: Família de Lamarca vai à Justiça contra União; Policial diz que não viu se ônibus bateu em JK; Garimpeiros se reúnem com parlamentares; Justiça notifica governador do Acre
Próximo Texto: Desemprego é tema de plano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.