São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
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Roteiro mistura ficção e realidade

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Levar para a tela os acontecimentos que deram origem ao mundialmente celebrado Dia do Orgulho Gay não foi tarefa fácil, segundo os realizadores de "Stonewall".
"Não há documentação, as únicas fotos foram tiradas numa encenação e o único artigo no dia seguinte apareceu no 'Village Voice', sendo ridiculamente homofóbico", afirma Christine Vachon, produtora do filme. "Foi difícil até descobrir como era o interior do bar."
Ela e o diretor Nigel Finch iniciaram o projeto pensando em recriar cenas verdadeiras, mas desistiram quando começaram a gravar depoimentos em vídeo com pessoas que estiveram envolvidas no levante.
"Na frente da câmera, um acusava o outro de mentiroso", relembra Christine.
"As histórias eram completamente diferentes em relação a dados básicos, como a quantidade de pessoas envolvidas e a duração dos acontecimentos. Então, percebemos que não deveríamos ficar obcecados com a busca da verdade exata e factual, mas sim tentar passar o espírito, o clima daqueles dias", diz.
Falta de informação
Segundo Rikki Beadle Blair, que escreveu o roteiro, o evento cresceu na mente das pessoas e muita gente acabou aproveitando a falta de informação para dizer que estava lá.
"Para mim, Stonewall foi sempre uma lenda, mas não faz diferença a maneira como aconteceu", afirma Blair.
"O único fato palpável e importante é que mudou a história do movimento de direitos civis dos gays", diz.
Stonewall Inn
O Stonewall Inn mudou de dono várias vezes desde 1969.
"Cresci em Nova York, e o endereço era uma loja de 'bagels', depois dividiu o espaço com uma sapataria", lembra Christine.
Os atuais proprietários não permitiram que a locação fosse usada para as cenas internas.
"Tivemos que recriar tudo. Apenas duas semanas antes de começarmos as filmagens, ainda não sabíamos onde elas aconteceriam", diz Christine.

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