São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Netanyahu promete não ceder Jerusalém

Premiê discursa no Congresso dos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu ontem diante do Congresso dos EUA que "nunca haverá uma redivisão de Jerusalém".
O tom do discurso na sessão conjunta extraordinária do Parlamento norte-americano foi de reafirmação de suas posições duras em relação a palestinos e sírios.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, reivindica a capital de um futuro Estado palestino em Jerusalém.
Netanyahu não citou o nome de Arafat nos 40 minutos em que falou ao Congresso. Mas deu a entender que as negociações de seu governo com ele dependem de pré-condições, entre elas segurança, reciprocidade e democracia.
O primeiro-ministro acusa Arafat de não estar cumprindo os acordos firmados com Israel no governo de Yitzhak Rabin.
Ontem, a Casa Branca, sede do governo dos EUA, disse que Arafat está fazendo a sua parte.
Palestinos e sírios podem acabar com os atentados terroristas contra Israel, afirmou Netanyahu ao Congresso, e só depois que o fizerem a negociação entre eles e o governo israelense será retomada.
Em outro trecho do discurso considerado duro, "Bibi" Netanyahu disse que não vai impedir os judeus de exercerem seu direito de morar em qualquer lugar do mundo, afirmação interpretada como apoio à constituição de novas comunidades judaicas em territórios árabes ocupados por Israel.
Para a maioria dos parlamentares, uma surpresa bem-vinda foi a declaração de Netanyahu de que nos próximos quatro anos Israel vai abrir mão da maior parte dos US$ 1,2 bilhão anuais de ajuda financeira dos Estados Unidos.
"A infância de Israel acabou, e chegou a hora de declarar independência econômica", disse, num dos 14 momentos em que foi interrompido por aplausos.
Hoje, o primeiro-ministro segue para Nova York, onde vai buscar investimentos particulares.
Ontem em Washington circularam informações de que Netanyahu foi muito menos radical em sua conversa a sós com o presidente Bill Clinton do que em seus pronunciamentos públicos nos EUA e de que ele deu garantias de que o processo de paz vai prosseguir.

Texto Anterior: Sudeste dos EUA se prepara para a chegada do furacão Bertha
Próximo Texto: Porta-voz de Arafat acusa premiê de mentir
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.