São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Caso Nacional terá pedido de arresto

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Os promotores públicos de Minas Gerais que analisam o relatório do Banco Central com suspeitas de irregularidades no Banco Nacional afirmaram ontem ser "inevitável" o pedido de arresto dos bens dos 25 ex-administradores do banco.
A ação propondo o arresto vai incluir os bens dos ex-administradores no país e também no exterior, caso possam ser identificados, disse o promotor Antônio César Mendes Martins.
O arresto é a decretação de indisponibilidade dos bens dos ex-administradores e a nomeação, pela Justiça, de um administrador para os bens indisponíveis.
Esse administrador, segundo Martins, deverá ser o atual presidente do conselho da parte do Nacional administrada pelo BC, Sidney Ramos Ferreira.
A ação pedindo o arresto deve ser enviada à 2ª Vara de Registros Públicos, Falência e Concordata de Belo Horizonte, na próxima semana -vencimento do prazo de oito dias dado ao Ministério Público, a partir do recebimento do relatório, para fazer tal pedido.
Os promotores têm ainda até 10 de agosto para impetrar a ação principal, pela qual os ex-administradores deverão ser cobrados a pagar pelo rombo do Nacional, avaliado em R$ 7,5 bilhões.
Paraísos fiscais
Os promotores afirmaram que vão usar todos os recursos e órgãos de fiscalização e policiais para tentar localizar no exterior eventuais bens dos ex-administradores.
"Todos os bens, cuja existência seja do nosso conhecimento, serão arrestados. Mas há lugares, os paraísos fiscais, em que eles dão ao depósito bancário mais valor do que à cidadania", disse Martins.
Os promotores não têm idéia dos valores dos bens dos ex-administradores, de acordo com as relações anexadas no relatório do BC.
Se o valor dos bens não cobrir o rombo de R$ 7,5 bilhões, nada poderá ser feito. "Infelizmente, a lei não prevê nenhuma consequência", disse o promotor.
Rombo maior
O promotor Arnaldo Gomes Ribeiro disse que o rombo pode até superar os R$ 7,5 bilhões, caso a Receita investigue as contas para saber se todos os tributos decorrentes das operações supostamente fraudulentas foram recolhidos.

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