São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996 |
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Impressões
NELSON DE SÁ
Na reação imediata da Globo, "especialistas dizem" que o imposto da saúde vai provocar inflação, vai afugentar o investimento estrangeiro, vai elevar os juros dos empréstimos e vai reduzir o rendimento dos aplicadores. Depois, mudou, até aceitou que "em três meses" o governo acha uma saída contra a inflação -mas ficou a impressão. Em menos de um dia, Adib Jatene desceu de herói a besta do apocalipse. Uma unanimidade nacional, da CBN à Manchete. Da manchete da Record: - Bancos, comércio, a população em geral desaprova a criação da CPMF. "População em geral" que é sinônimo, no caso, de três ou quatro entrevistas na rua. As mesmas três ou quatro entrevistas que permitiram à CNT dizer que "não agradou aos assalariados". Mas então Inocêncio Oliveira estava certo, em sua oposição "doutrinária" ao imposto da saúde. Pois não foi diferente a oposição expressa ontem pelo economista petista Paulo Nogueira Batista Jr., ouvido, claro, na CNT. Mesmo diante da "unanimidade" -expressão usada ontem na televisão- uma outra impressão não desapareceu, o dia todo: a de que, não fosse o imposto da saúde, nada seria feito pela mesma. Neste e em outro governo. * Nada como tempo para distorcer a realidade. Ontem na Record, um comentário raivoso, de um analista regular descrito como cientista político, vinculou a chacina dos sem-terra às invasões dos mesmos. Chegou perto da ameaça. Ninguém pagou, nem governador tucano, nem policiais, e a responsabilidade pelas mortes já é dos mortos. Texto Anterior: Garimpeiros vão pedir 'CPI da Vale' Índice |
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