São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Governo dará novo impulso ao Proálcool

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo adotou uma estratégia para retomar o Proálcool. O ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo) recebeu carta branca para conduzir as negociações.
A saída de Dorothea Werneck -antecessora de Dornelles- do MICT interrompeu o processo de retomada do Proálcool.
Pelo raciocínio oficial, a interrupção das negociações deixou a impressão de que o Palácio do Planalto teria desistido do combustível alternativo.
Dornelles vai agora retomar a mobilização dos envolvidos na questão: plantadores de cana, usineiros, entidades ambientalistas e indústrias automobilística e de combustíveis (em especial a Petrobrás).
Acontecerão reuniões mensais. A primeira delas está marcada para a próxima terça-feira.
Haverá um encontro de trabalho no dia 8 de agosto em que todos esses segmentos vão apresentar cinco painéis sobre as vantagens econômicas, sociais e ambientais do álcool.
O compromisso e o esforço para eliminação da mão-de-obra infantil na plantação de cana-de-açúcar serão enfatizados.
Já estão acertadas as seguintes medidas: adoção da frota verde -com isenção de impostos para táxis e carros oficiais- e ratificação da mistura de 22% de álcool anidro na gasolina.
A Petrobrás e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) foram encarregadas de apresentar pesquisas sobre as vantagens ambientais do álcool. Também será retomado o projeto de aprovação do imposto ambiental no Congresso.
O imposto substituirá o atual sistema de subsídios cruzados, que ainda onera o consumidor de gasolina em mais de R$ 20 milhões mensais.
O controle dos preços da cana e do álcool no atacado deverá permanecer por mais três anos, como estabelece para os demais combustíveis o projeto de lei do governo que regulamenta a emenda do petróleo. O objetivo é manter a paridade entre os preços da gasolina e do álcool na faixa de 20%.
Com a discussão desses temas e com a adoção das medidas, o governo espera que o o mercado consumidor entenda que a decisão de revitalizar o programa não é apenas discurso.

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