São Paulo, sexta-feira, 12 de julho de 1996
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Ação da Telebrás reverte queda da Bolsa

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) em primeiro turno pela Câmara dos Deputados, anteontem à noite, derrubou as Bolsas de Valores durante a maior parte do dia de ontem.
Mas, na última hora do pregão da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), as ações da Telebrás -que estavam em alta o dia todo- puxaram o mercado e inverteram a tendência do Ibovespa (índice das mais negociadas).
A Bolsa paulista fechou em alta de 0,99%, após ter caído até 0,8% no meio da tarde. A Telebrás PN (preferencial), carro-chefe do mercado, mostrou sua força ao terminar o dia cotada a R$ 81,00 (alta de 2,6%), recorde histórico de preço. A Telebrás ON não ficou atrás: R$ 71,99 (5,5%, a maior alta do Ibovespa).
Neste mês, as preferenciais da Telebrás já se valorizaram 15,5%. No acumulado do ano, a alta é de 78,3%, bem acima da escalada do Ibovespa, de 51,40%.
Analistas internacionais prevêem que essa ação poderá chegar aos US$ 100,00 até o final do ano, o que, se ocorrer, deixará seus compradores mais de 20% mais ricos do que já estão (com a carteira Telebrás, claro).
Segundo operadores, o mercado como um todo caiu muito até a tarde, mas, como as perspectivas da Telebrás continuam favoráveis -com ou sem CPMF-, aqueles que haviam realizado lucros (vendido ações na alta) decidiram voltar comprando (pagando menos, na baixa).
No total, a Bovespa movimentou R$ 629,9 milhões. No Rio, a Bolsa girou R$ 168,3 milhões. O IBV fechou em alta de 0,58%, mas o Isenn (que inclui outras Bolsas regionais) terminou em baixa de 0,68%.
Juros No mercado de juros, os bancos reviram suas projeções futuras por conta da CPMF, de 0,2% sobre as movimentações financeiras.
Os contratos de DI (depósitos interfinanceiros) na BM&F, que antes indicavam taxa efetiva de 1,78% em novembro, fecharam ontem a 1,8%. Para dezembro, a projeção subiu de 1,77% para 1,78%.
A CPMF, se aprovada em segundo turno pela Câmara, o que é provável, irá vigorar somente após 90 dias, ou seja, no último bimestre do ano. Os bancos acham que o novo imposto elevará a inflação.

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